O podcast Ponto & Contraponto, transmitido pela NewsTV e pelo portal NewsRondonia.com, recebeu nesta segunda-feira a médica veterinária Marisa Lobo Martins, especialista em dermatologia animal. Durante o episódio, a profissional trouxe uma série de informações importantes sobre saúde, prevenção, comportamento e responsabilidade no cuidado com cães e gatos, numa conversa descontraída, acessível e repleta de orientações práticas para quem convive com pets.
Logo no início, a veterinária destacou a evolução da medicina animal no Brasil, comparando o avanço das especialidades veterinárias às áreas da medicina humana. Pediatria, cardiologia, nefrologia, oftalmologia, odontologia e oncologia já fazem parte da rotina das clínicas e hospitais veterinários, e cada profissional atua em seu campo específico para garantir diagnósticos mais precisos e tratamentos adequados.
Crescimento da população pet e os novos hábitos dos tutores
Marisa reforçou que o número de cães e gatos tem crescido em todo o país, e com isso a demanda por cuidados especializados aumentou. O conceito de “pais e mães de pet”, hoje muito presente na cultura urbana, abriu espaço para que mais pessoas buscassem conhecimento sobre vacinação, alimentação, prevenção de pulgas e carrapatos, uso de coleiras repelentes e acompanhamento veterinário constante.
A veterinária destacou que muitos tutores cuidam bem dos animais, mas ainda existe uma parte da população que desconhece protocolos básicos. Em alguns casos, isso resulta em problemas de saúde evitáveis, denúncias de maus-tratos e até intervenção de órgãos de fiscalização. Ela explicou que, atualmente, a legislação é rigorosa e exige do tutor responsabilidade real, já que o abandono e a negligência configuram crime.
Leishmaniose visceral canina: alerta e necessidade de prevenção
Um dos pontos mais importantes da entrevista foi o alerta sobre a leishmaniose visceral canina, doença grave e zoonótica, ou seja, que pode afetar humanos. A veterinária relatou casos recentes diagnosticados em Porto Velho e explicou que o mosquito transmissor, o flebotomínio, costuma circular principalmente no fim da tarde.
Como prevenção, ela reforçou medidas essenciais:
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uso de coleiras repelentes específicas para leishmaniose
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limpeza frequente do quintal
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evitar passeios no entardecer
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colocação de telas em portas e janelas
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acompanhamento veterinário periódico
Sobre a vacina contra a doença, Marisa explicou que a aplicação está temporariamente suspensa por questões técnicas, mas deve retornar ao mercado após ajustes realizados pelo laboratório fabricante.
Eutanásia, tratamentos paliativos e responsabilidade ética
A veterinária também comentou sobre situações extremas que podem levar à eutanásia, sempre como último recurso e exclusivamente quando o animal já se encontra em sofrimento intenso, sem qualidade de vida e sem possibilidade de reversão clínica. Segundo Marisa, esse tipo de decisão leva em conta idade avançada, doenças associadas e impossibilidade de custeio dos tratamentos. Ela enfatizou que a eutanásia não é uma “sentença automática” para animais positivos para leishmaniose, já que existe tratamento que proporciona qualidade de vida.
Sinomose e doença do carrapato ainda são comuns
Outra preocupação atual é a sinomose, uma doença viral que continua afetando muitos cães, principalmente no fim do ano. Apesar disso, existe vacina eficaz, e a prevenção depende do protocolo vacinal completo, orientado por um veterinário. Doenças transmitidas por carrapatos — como erliquiose, babesiose e anaplasmose — também permanecem frequentes em Porto Velho, reforçando a importância da prevenção.
Dermatologia veterinária e quando o problema da pele é sinal de algo maior
Especialista em dermatologia, Marisa explicou que grande parte das lesões de pele tem relação com alergias, parasitas ou doenças internas. Ela trabalha em conjunto com cardiologistas, nefrologistas, oftalmologistas e clínicos gerais para determinar diagnósticos mais precisos. Em animais idosos, por exemplo, certos medicamentos só podem ser prescritos após autorização de especialistas e exames cardíacos.
Ela destacou a importância de levar o animal ao veterinário sem banho prévio de 3 a 5 dias quando o atendimento é dermatológico, para que a avaliação seja mais precisa. Também reforçou que a consulta precisa ser feita com quem realmente convive com o animal, já que informações incorretas prejudicam o diagnóstico.
Comportamento, adestramento e saúde emocional dos animais
A veterinária explicou que cães e gatos também sofrem com estresse, ansiedade e alterações comportamentais, principalmente quando passam muito tempo sozinhos ou em ambientes que não oferecem estímulo. O estresse, inclusive, está diretamente relacionado a problemas de pele.
Ela mencionou profissionais especializados em comportamento, creches para cães e treinadores que auxiliam em casos de sociabilidade, convivência com idosos, crianças ou outros pets.
Animais como terapia e apoio emocional
Outro destaque da entrevista foi o papel dos pets na saúde emocional de crianças autistas e pessoas com transtornos comportamentais. Marisa faz acompanhamento de animais que atuam como suporte emocional e destacou avanços em terapias assistidas com bichos no Brasil, inclusive no Hospital do Amor.
Oncologia veterinária e aumento de casos
Assim como na medicina humana, os casos de câncer em animais têm aumentado em Rondônia. A veterinária relatou que trabalha diretamente com oncologistas da cidade, observando tumores de pele e outros nódulos que exigem investigação especializada e, muitas vezes, exames enviados para outros estados.
Responsabilidade, gastos e realidade da medicina veterinária
Marisa também esclareceu que a medicina veterinária é cara por motivos estruturais: poucos fabricantes, insumos de alto custo e exames especializados que muitas vezes precisam ser enviados para laboratórios de referência. A clínica pública oferece atendimento limitado, mediante senhas e critérios de cadastro, e não consegue atender toda a demanda da população.
Por isso, a veterinária reforçou a importância da conscientização:
“Se você não tem tempo, espaço e condições financeiras, repense antes de ter um animal. Ele não é um objeto. É uma vida que depende de você.”
Mensagem final
Ao encerrar o programa, a médica veterinária deixou um recado direto aos tutores:
“Previna antes que o pior aconteça. Vacine, use a coleira repelente, proteja seu animal contra pulgas e carrapatos, faça check-up uma vez ao ano e siga as orientações do médico veterinário da sua confiança.”
O episódio foi apresentado com apoio da Água Mineral MinaLinda, referência em qualidade e pH ideal, e da Brasil Digital, internet estável e com rápido atendimento ao cliente, parceira do News Rondônia.










































