Belém (PA) — Com o relógio das negociações apertando, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da ONU, António Guterres, entraram em campo para destravar impasses sobre financiamento climático, transparência e, principalmente, o rumo dos combustíveis fósseis. O objetivo: fechar os pontos mais espinhosos ainda hoje ou, no máximo, até amanhã, para evitar a clássica “madrugada de prorrogações”.
O Brasil articulou reuniões de alto nível para acelerar convergências, na esteira de rascunhos com opções ainda contestadas. A conta inclui financiamento para países vulneráveis e a busca de linguagem mais firme sobre a transição energética.
Mais de 80 países pediram que o resultado final traga um “roadmap” claro para eliminar gradualmente petróleo, gás e carvão — ponto que enfrenta resistência de petro-estados, mas que domina o centro do tabuleiro.
Cientistas e observadores reforçaram que adiar cortes de emissões empurra o planeta para riscos de grande escala — mensagem que ecoou nas plenárias e nos corredores de Belém.
Quatro temas marcados como “grandes” seguem exigindo costura: planos climáticos nacionais mais rígidos (NDCs), meta de US$ 300 bilhões/ano em apoio dos países ricos, barreiras comerciais verdes e regras de transparência.
O projeto RAIZ, liderado pelo Brasil, busca restaurar áreas agrícolas degradadas conectando clima, biodiversidade e segurança alimentar, enquanto a UNEP apresentou a 3DEN Initiative para redes elétricas inteligentes.
A COP30 tenta transformar o “transition away” de Dubai (COP28) em trilhos operacionais — com prazos, metas e dinheiro. Sem um roteiro de fósseis e sem sinais críveis de financiamento, negociadores admitem que qualquer texto final soará tímido diante do 1,5°C.
Por Carlos Caldeira — direto de Belém (PA)
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