Com a chegada do fim de ano, milhares de famílias se preparam para viajar acompanhadas de seus cães e gatos. Mas, além de organizar mala, hospedagem e transporte, é fundamental ficar atento às zoonoses (doenças que podem ser transmitidas entre animais e pessoas) especialmente porque muitas delas são endêmicas em regiões específicas do Brasil.
A leishmaniose visceral, por exemplo, continua altamente presente no Nordeste, Centro-Oeste, Minas Gerais e interior de São Paulo, com expansão para o Sul e Norte do país. Já a leishmaniose tegumentar ocorre com mais frequência no Norte (com casos recentes em Porto Velho), Centro-Oeste, Nordeste e áreas de Mata Atlântica no Sudeste. Para quem vai viajar com cães para essas regiões, a orientação é clara: use coleiras repelentes, mantenha os animais longe de áreas com mato alto ao entardecer.
Outra doença em crescimento, principalmente em grandes centros como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, é a esporotricose felina. Gatos livres ou com acesso à rua são os mais vulneráveis. A prevenção passa por evitar que o felino circule em ambientes desconhecidos, manter o transporte sempre seguro e procurar atendimento caso apareça qualquer ferida na pele.
A leptospirose, endêmica em todas as regiões brasileiras, tem maior impacto em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Salvador, especialmente após chuvas. Ao viajar com cães, evite áreas alagadas, poças d’água, contato com lixo ou locais com presença de roedores. A vacinação anual é essencial e não deve ser esquecida antes da viagem.
A raiva continua sendo uma preocupação nacional, com destaque para a transmissão por morcegos. Tutores devem manter a vacinação antirrábica em dia e evitar deixar os animais soltos durante a noite em áreas rurais ou próximas a cavernas e matas.
Já a larva migrans, causada por parasitas presentes na areia e terra contaminadas, é comum no litoral Norte e Nordeste e também em parques urbanos de todas as regiões. A recomendação é não permitir que o pet faça necessidades em locais públicos sem recolher as fezes e manter a vermifugação atualizada.
Por fim, a toxoplasmose, com circulação elevada no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, exige cuidados sobretudo com gatos: água filtrada, ração de qualidade e limpeza diária da caixa de areia.
Em todas as viagens, independente do destino, a regra é a mesma: vacinação em dia, proteção contra parasitas, água limpa, ambiente seguro e supervisão constante. Assim, você garante férias tranquilas para toda a família incluindo os membros de quatro patas. Ah, não pode esquecer de levar o documento chamado GTA – mas essa conversa fica pro nosso próximo encontro. Até breve.











































