A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) iniciou sua semana final nesta segunda-feira (17) com a chegada de cerca de 160 ministros e outros representantes de alto escalão para a plenária de nível político em Belém. O objetivo central é acelerar as negociações e alcançar o consenso em pontos cruciais antes do encerramento da conferência.
Foco em ação concreta
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, abriu a plenária de alto nível. Ele enfatizou a necessidade de transformar promessas em resultados concretos, destacando que a COP30 deve marcar o início de uma década de aceleração.
“O tempo das promessas já passou. Cada fração de grau adicional no aquecimento global representa vidas em risco, mais desigualdade e mais perdas para aqueles que menos contribuíram com o problema”, afirmou Alckmin.
Embora negociadores relatem progressos em 145 itens da agenda, as discussões se intensificam nos temas mais delicados, que exigem um acordo político para serem aprovados.
Temas-chave e avanços na agenda
Os ministros se concentram na busca por consenso em quatro áreas principais:
Financiamento Climático: A definição de fontes de financiamento permanece como um dos pontos críticos. Embora o valor tenha sido fixado em US$ 300 bilhões anuais na COP29, os países em desenvolvimento consideram necessário mobilizar até US$ 1,3 trilhão ao ano. Um dos debates é a implementação do Artigo 9.1 do Acordo de Paris, que estabelece que nações desenvolvidas devem prover recursos para auxiliar as partes em desenvolvimento na redução de emissões e adaptação.
Adaptação: A agenda inclui a definição dos indicadores de adaptação climática. Está em negociação uma lista final de até cem indicadores, que abrangem dimensões nacionais e meios de implementação, como tecnologia e capacitação.
Transição Justa: O tema é um dos que exigem consenso nesta última semana.
Metas de Redução: Discussão sobre como implementar e monitorar as metas de redução de emissões de gases que causam o aquecimento global.
Dois temas que inicialmente não tinham obtido consenso conseguiram avançar para a mesa de discussões políticas: a elaboração de mapas do caminho para o fim gradual dos combustíveis fósseis e para o desmatamento zero.
Natureza no centro da ação
A segunda semana da conferência reforça o foco unificador de colocar a natureza no centro da ação climática. Isso inclui fortalecer os compromissos de proteção de florestas e garantir os direitos dos povos indígenas e comunidades locais, bem como expandir soluções baseadas na natureza.
Outros debates previstos envolvem os direitos e a liderança dos povos indígenas e afrodescendentes e como a governança indígena pode fortalecer mecanismos emergentes de financiamento.









































