Um protesto pacífico de indígenas da etnia Munduruku marcou o início do quinto dia da Cúpula das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. Por volta das 5h40 da manhã desta sexta-feira (14), um grupo de 90 pessoas ocupou a área externa de acesso à Zona Azul, o espaço reservado para negociadores.
A manifestação, que contou com o apoio de ativistas e povos indígenas de outros países, reivindicava uma reunião com o presidente Lula, que estava em Brasília. As principais pautas do movimento incluem:
Revogação do Decreto nº 12.600/2025: Que prevê a privatização de empreendimentos públicos federais do setor hidroviário. O Movimento Munduruku Ipereg Ayu denuncia que o corredor Tapajós-Arco Norte, afetado pela medida, é um vetor de avanço do agronegócio sobre a Amazônia.
Críticas às Negociações Climáticas: Os Munduruku protestam contra as negociações internacionais que tratam as matas nativas como meros ativos de crédito de carbono, com cartazes com frases como “Nossa floresta não está à venda”.
Retirada de Invasores e Fim do Marco Temporal: Eles também cobram a retirada imediata de invasores das terras indígenas e pedem o fim da lei que limita o direito dos povos originários apenas às terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição de 1988.
Diálogo e Reunião com a Presidência da COP30
Apesar do reforço na segurança, o protesto ocorreu de forma pacífica. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, dirigiu-se ao local para falar com os manifestantes.
O acesso principal à Zona Azul foi liberado pouco depois das 9 horas da manhã, após André Corrêa do Lago se reunir com os Munduruku e com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Os manifestantes, que se sentem excluídos das decisões da cúpula, afirmaram que os governantes parecem só ouvi-los quando há manifestações, mas esperam que a reunião resulte em soluções para as suas demandas.









































