A cobertura da COP 30 começou cedo para o correspondente especial Carlos Caldeira, que fala ao público direto de Belém do Pará, acompanhando cada momento da mobilização climática que tomou as ruas da capital paraense. Logo no início da transmissão, Caldeira destacou que estava em meio à Marcha Global pelo Clima, movimento que reúne povos tradicionais, coletivos ambientais, lideranças sociais e cidadãos de várias regiões do país.
Caldeira reforçou que toda a cobertura está sendo acompanhada pelo público do Site News Rondônia e também pelo portal parceiro nilsonantonia.com, garantindo que a audiência tenha acesso a informações atualizadas e contextualizadas sobre o evento climático mais importante do mundo.
A força da Marcha Global pelo Clima
A multidão seguiu pelas ruas de Belém com faixas, cantos e manifestações culturais tradicionais, cobrando ações de enfrentamento à crise climática. Povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, coletivos urbanos e grupos ambientais marcharam lado a lado, reivindicando políticas públicas que garantam a proteção dos territórios, o combate ao desmatamento e a transição energética.
Durante a abertura da marcha, duas figuras centrais subiram ao palco: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Ambas foram recebidas com aplausos e manifestações de apoio dos participantes.
A fala completa da ministra Marina Silva ecoando na marcha
Diante de milhares de manifestantes, a ministra Marina Silva fez um discurso firme e carregado de significado histórico. Ela iniciou agradecendo a presença de todos:
“Companheiros, companheiras, bom dia a todos e a todas. Muito bonito ver a democracia se expressando nas ruas em um país que apenas conquistou e mantém a sua democracia para que a gente possa fazer o que nós estamos fazendo aqui.”
Ao lembrar que em anos anteriores, em diferentes realidades políticas, manifestações durante a COP aconteciam apenas dentro dos espaços institucionais, Marina destacou a importância de o Brasil receber esse evento de portas abertas:
“Depois de alguns períodos da realização das COPES e em outras realidades políticas do mundo, onde as manifestações eram feitas apenas dentro do espaço da ONU, agora no Brasil, um país do sul global, de uma democracia conquistada e consolidada. Sejam bem-vindos às praças.”
A ministra descreveu a COP 30 como um momento simbólico, um retorno ao país onde nasceram convenções internacionais fundamentais:
“Há 33 anos atrás, a Convenção da Biodiversidade, da Desertificação e do Clima nascem no Brasil. E agora ela volta para o Brasil.”
Ela destacou ainda o compromisso do presidente Lula com a pauta:
“O presidente Lula recebe com muita consciência e sentido de urgência, dizendo que essa é a COP da verdade, a COP da implementação.”
Marina reforçou que esta COP precisa desenhar o caminho da transição energética e do abandono dos combustíveis fósseis:
“Nós temos que fazer o mapa do caminho para a transição, para o fim da dependência de carvão, de petróleo e de gás. É fundamental que o mundo dê demonstração de que vamos sim adaptar.”
A ministra lembrou que os impactos climáticos já são parte do cotidiano de milhões de brasileiros:
“Aqui é a luta daqueles que sabem o que é a mudança do clima nas cidades, daqueles que sabem o que é a mudança do clima quando os rios secam, quando o fogo toma conta do Pantanal.”
Enfatizando avanços recentes, Marina apontou índices expressivos de redução ambiental:
“O Brasil é o único país do mundo que já tem o mapa do caminho para o fim do desmatamento, que já reduziu o desmatamento na Amazônia em 50%, no país em 32%, e que este ano os incêndios diminuíram 80% na Amazônia, 90% no Pantanal e 48% no Cerrado, mas ainda não é suficiente.”
E reforçou o compromisso nacional:
“Nosso compromisso é desmatamento zero.”
Ao final, Marina agradeceu aos povos que historicamente protegem a floresta:
“Quero agradecer aos povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas, gerazeiros, todos aqueles que têm um estilo de vida compatível com a proteção da natureza. Muito obrigada.”
A ministra encerrou chamando ao palco Sonia Guajajara, marcando um encontro simbólico entre políticas públicas e ancestralidade:
“Aquela que em 500 anos é a primeira ministra dos povos indígenas, Soninha Guajajara!”
O papel da imprensa amazônica
Carlos Caldeira ressaltou durante sua cobertura que a presença da imprensa amazônica dentro da COP é essencial para dar voz aos povos que vivem no centro dos impactos climáticos. O correspondente reforçou que continuará trazendo informações, análises e registros do evento diretamente de Belém, garantindo ao público do News Rondônia um panorama completo da Marcha Global pelo Clima e das discussões que vão guiar esta edição histórica da conferência.








































