O número de pessoas forçadas a se deslocar no mundo por guerras, violência e perseguição atingiu o patamar recorde de 117,2 milhões em meados de 2025. Destas, uma maioria esmagadora de 86 milhões, ou 75%, está exposta a altos ou altíssimos riscos ligados à crise do clima.
Os dados atualizados foram divulgados nesta segunda-feira (10) pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no relatório No Escape II: The Way Forward.
O estudo destaca que as mudanças climáticas se consolidaram como um componente significativo desse contexto de deslocamento. Apenas na última década, desastres relacionados a fenômenos climáticos extremos, como inundações e tempestades, foram a causa de 250 milhões de deslocamentos internos, o que representa uma média de 70 mil por dia.
O Acnur ressalta a simultaneidade desses eventos climáticos com outras ameaças, como guerras e perseguições, agravadas pela elevação do nível do mar e desertificação.
Projeções Preocupantes, com Alerta para o Brasil
O relatório faz um alerta sobre a necessidade de medidas de fortalecimento da resiliência. Tais medidas são cruciais não apenas para as populações deslocadas, mas também para as comunidades que as recebem, que muitas vezes já vivem em condições precárias.
Uma das projeções mais preocupantes do estudo concerne ao futuro global, com menção específica ao Brasil. Os especialistas da agência da ONU projetam que, até 2040, a quantidade de países com exposição extrema a riscos relacionados ao clima deverá saltar de 3 para 65.
A maioria desses 65 países já abriga populações deslocadas, incluindo nações como:
Camarões
Chade
Sudão do Sul
Nigéria
Brasil
Índia
Iraque
Segundo o Acnur, esses 65 países abrigam mais de 45% das pessoas atualmente deslocadas por conflitos.
O documento projeta ainda que, nos próximos 25 anos, campos de refugiados em locais mais quentes terão que suportar quase 200 dias de calor extremo e perigoso por ano, com a combinação de calor e umidade, tornando muitos desses locais “inabitáveis”.









































