A Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima lançou uma declaração nesta quarta-feira (12), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. O documento já conta com a assinatura de 11 países e faz um chamado para mais adesões.
A Iniciativa Global é uma coalizão lançada pelo governo brasileiro em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) durante o G20 de 2024. O grupo reúne governos, organismos multilaterais, sociedade civil e o setor privado em ações conjuntas para combater a desinformação climática e promover um debate pautado em evidências científicas e cooperação.
“Esta é a primeira COP que traz a integridade da informação como tópico da agenda de ação. Pela primeira vez temos dois dias [de programação] dedicados à integridade da informação”, destacou João Brandt, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Ações de Cooperação Internacional
A coalizão, que inicialmente contava com dez países, teve a adesão da Holanda na assinatura da declaração. Além do Brasil, integram a iniciativa: Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Uruguai.
O embaixador Benoît Faraco, chefe da delegação da França, ressaltou que não há uma solução única para a “grande luta contra a desinformação climática” e que a cooperação é essencial. “Não podemos apenas proibir a desinformação climática e esperar que se resolva sozinha. Então, precisamos trabalhar juntos, não somente com a sociedade civil, com as ONGs, mas também com os cientistas, com as empresas, porque elas também são afetadas”, afirmou.
Liberdade de Expressão e Financiamento
A declaração lançada reconhece as ameaças à integridade da informação sobre o clima e reforça o comprometimento dos países, em níveis internacional, nacional e local, com a liberdade de expressão e de imprensa. O objetivo é promover iniciativas e políticas que garantam informações confiáveis.
Segundo João Brandt, o documento é abrangente para englobar diferentes tipos de ameaças, que vão além do negacionismo e das notícias falsas, incluindo a falta de condições para o jornalismo investigativo e a segurança dos profissionais de imprensa.
Os representantes dos países signatários esperam que a declaração amplie a discussão sobre o tema entre os signatários do Acordo de Paris e abra portas para futuras fontes de financiamento das iniciativas. Brandt citou como exemplo uma chamada pública no Brasil, por meio do Fundo da UNESCO, que investiu R$ 1 milhão de dólares e pode servir de portfólio para atrair novos doadores.









































