O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, defendeu nesta segunda-feira (10 de novembro de 2025), durante a cerimônia de abertura da COP30 em Belém, o avanço no financiamento climático global. Ele enfatizou que os recursos são essenciais para promover uma transição energética justa, que priorize o uso de fontes renováveis em detrimento dos combustíveis fósseis.
“Agora é a hora de focar em como fazer a transição de forma justa e alternada para acelerar a aplicação das renováveis e a duplicação da eficiência energética. Precisamos colocar em prática o mapa de Baku [COP29] para Belém”, disse Stiell.
Financiamento e o Acordo de Baku
A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, aprovou uma nova meta de financiamento para auxiliar os países no enfrentamento dos desastres climáticos e na transição para a energia limpa.
O acordo prevê triplicar o financiamento climático para países em desenvolvimento, elevando a meta de US$ 100 bilhões anuais para US$ 300 bilhões por ano até 2035. Além disso, busca ampliar o financiamento para os países em desenvolvimento, vindo de fontes públicas e privadas, para o montante de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
Apesar dos avanços, o valor final acordado foi considerado insuficiente pela delegação brasileira e outros países em desenvolvimento, que haviam demandado US$ 1,3 trilhão anualmente como base para a meta.
O Papel Estratégico do Brasil
Para Simon Stiell, a agenda de ação apresentada pelo Brasil para a COP é de importância crucial para o sucesso da transição. Ele argumentou que a ação climática não é apenas um aditivo, mas um motor de desenvolvimento.
“A agenda de ação não é algo supérfluo, é crucial para a missão. Mais do que isso, é para o bem da própria nação. Cada gigawatt de energia limpa cria mais empregos, cada ação para fortalecer a resiliência ajuda a salvar vidas, fortalecer as comunidades e proteger as cadeias globais das quais todos dependem,” afirmou. Ele classificou essa mudança como a “transformação econômica da nossa era”.
Atenção ao Limite de 1,5°C
Fazendo um breve balanço dos dez anos do Acordo de Paris, o secretário reconheceu que houve progresso na queda da curva de emissões de gases de efeito estufa. Contudo, Stiell alertou que o trabalho precisa ser intensificado.
Ele citou um relatório da ONU de outubro, que indica que o mundo não conseguirá conter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau Celsius (°C) nos próximos anos.
“A ciência é clara, podemos e devemos reduzir as temperaturas ao limite de 1,5ºC, após um desvio de curso temporário”, disse, defendendo que o caminho passa por maior cooperação internacional.
O secretário finalizou com um apelo pela ação imediata, criticando a lentidão na resposta global: “Vacilar enquanto mega secas destroem plantações, fazendo os preços dispararem, não faz sentido nenhum, nem economicamente, nem politicamente.”









































