O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, utilizou seu discurso de posse nesta segunda-feira (10 de novembro de 2025), em Belém, para ressaltar a necessidade de uma agenda de ações urgente para enfrentar a crise climática global. O embaixador foi eleito por aclamação pelos delegados para presidir a conferência.
“Estamos quase lá, mas temos que fazer muito. O que mudou imensamente a minha percepção sobre esse processo é a questão da urgência”, declarou Corrêa do Lago.
O embaixador fez menção direta a desastres naturais recentes para ilustrar a dimensão da crise. Ele citou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR), a mais afetada, e outras 11 cidades da região centro-sul paranaense. O evento deixou um saldo de seis pessoas mortas e 750 feridos.
“A questão da urgência é o elemento adicional, que está tão presente e somos lembrados, com grande tristeza, como, por exemplo, essa semana no Brasil no Paraná, ou nas Filipinas ou poucas semanas atrás na Jamaica,” apontou o presidente da COP30.
Foco em Implementação e Adaptação
Para Corrêa do Lago, desastres como o ocorrido no Paraná ressaltam a importância de a COP resultar em ações concretas que unam a ciência, a educação, a cultura e o multilateralismo.
“Esta, portanto, é uma COP de implementação. Eu espero que seja lembrada também como uma COP de adaptação, uma COP que vai avançar na integração do clima, na economia, nas atividades, na criação de emprego e mais do que tudo, uma COP que vai ouvir a ciência”, afirmou.
Balanço da COP29 e Financiamento
O discurso de Corrêa do Lago sucedeu o do presidente da COP29, Mukhtar Babayev, que fez um balanço dos trabalhos da conferência realizada em Baku, no Azerbaijão. A COP29 aprovou uma nova meta de financiamento climático para auxiliar países em desenvolvimento.
O acordo prevê triplicar o financiamento climático, subindo da meta anterior de US$ 100 bilhões anualmente para US$ 300 bilhões anualmente até 2035. Além disso, o financiamento de fontes públicas e privadas para países em desenvolvimento deve ser ampliado para US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
Apesar da nova meta de financiamento ser considerada um sucesso pela presidência de Baku, o valor final não atingiu o patamar de US$ 1,3 trilhão por ano demandado pelos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.











































