Governo lança ação para ouvir a população
O governo federal lançou neste sábado (8) o programa Governo na Rua, iniciativa que pretende ampliar o diálogo com as periferias e aproximar suas demandas das políticas públicas. O anúncio ocorreu no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos.
Segundo o ministro, o objetivo é criar um canal de escuta permanente. “Hoje fizemos um exercício de escuta. Falou o entregador de aplicativo, a trabalhadora da escala 6 por 1, os jovens da região, movimentos de moradia, a cultura periférica”, disse Boulos.
Ação funcionará de forma presencial e digital
A iniciativa será levada a todos os estados e também estará disponível no formato online, por meio da plataforma Brasil Participativo, integrada ao Orçamento Participativo Digital.
“O povo também tem que apresentar o que quer que esteja no orçamento. É só colocar seus dados e dizer qual é a prioridade da sua região. Todo mundo vai poder ter seu dedo na decisão de para onde vai o dinheiro do governo federal”, explicou.
Boulos destacou que a proposta busca aprofundar a conexão do governo com as comunidades periféricas.
“O presidente Lula ganhou com ampla margem entre quem ganha menos de dois salários mínimos. A missão que ele me deu foi aproximar ainda mais as políticas do governo federal do povo das periferias”, afirmou.
Moradores apresentaram demandas
O evento contou com lideranças comunitárias que cobraram mais visibilidade e protagonismo para grupos historicamente marginalizados.
A juventude periférica foi representada por Guilherme Coelho, que defendeu participação ativa nas decisões. “A gente não quer só ser ouvido. Quer estar junto na mesa, discutindo a implantação das políticas públicas que vão servir para a gente”, afirmou.
Já Bruna Simões Miranda, coordenadora do Movimento Vida Além do Trabalho, pediu o fim da escala 6×1 e mais atenção à saúde mental dos trabalhadores.
“A maioria aqui trabalha no esquema 6×1. Queremos mais vida, mais tempo para a família e para cultuar nossa fé. Nós somos os dados e estamos com a saúde mental afetada”, disse.
Entregadores pedem políticas específicas
Elias Pereira Freitas da Silva, o Júnior Freitas, do Movimento dos Trabalhadores Sem Direito, defendeu ações voltadas aos entregadores por aplicativo.
“A gente está sendo sucateado nas ruas todos os dias. Jovens estão morrendo trabalhando para aplicativos que ganham bilhões nas costas dos trabalhadores. Precisamos de pessoas comprometidas com o povo”, afirmou.
Ele destacou que a participação política é fundamental:
“Quem manda é a população, e é por isso que a gente não pode deixar de lutar. Hoje é simbólico, mas muito importante.”









































