O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, defendeu que o Estado deve combater o crime e garantir a segurança da população, mas sem cometer abusos ou violar direitos. A declaração foi feita nesta terça-feira, dia 4 de novembro, durante o anúncio de novos investimentos estaduais na segurança pública.
“O Estado não pode ser um Estado matador. Não pode. Não é o Estado que tem que fazer isto. O Estado tem que mediar”, disse Rodrigues. O governador baiano referiu-se à Operação Contenção, no Rio de Janeiro (RJ), que resultou em 121 mortes – incluindo as de quatro policiais – tornando-se a mais letal operação policial já registrada no Brasil. A ação fluminense, inclusive, não conseguiu prender seu principal alvo.
Operação baiana prioriza inteligência e prisões
O governador baiano destacou que a Operação Freedom, realizada na Bahia nesta terça-feira, prendeu ao menos 35 pessoas suspeitas de integrarem a facção Comando Vermelho (CV). A operação foi executada pela Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar baiana, da Polícia Civil do Ceará e da Polícia Federal.
“A mão forte do Estado precisa acontecer. Não vamos dar trégua ao crime organizado na Bahia. Mas minha ordem é que possamos cercar, prender e entregar [os investigados] à Justiça”, garantiu Rodrigues.
A operação baiana resultou na morte de um homem. Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, o homem, que não estava entre os alvos judiciais, reagiu a tiros quando agentes tentaram detê-lo. A morte motivou protestos no bairro Uruguai, em Salvador.
Desarticulação de núcleo armado e financeiro
Entre os 35 presos na Operação Freedom está um casal suspeito de liderar as ações do Comando Vermelho na Bahia. O homem é apontado como responsável por organizar o tráfico de drogas e ataques a grupos rivais, enquanto sua companheira é suspeita de organizar as finanças da organização. Os dois foram presos em Eusébio, no Ceará.
O delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, André Viana, afirmou que a operação atingiu o objetivo de desarticular o núcleo armado e financeiro do Comando Vermelho, “sem que policiais ou inocentes fossem atingidos”. Ele destacou o uso de inteligência policial e o bloqueio judicial de até R$ 1 milhão em 51 contas bancárias vinculadas aos investigados.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, endossou a eficácia do uso de inteligência para desarticular facções “sem recorrer ao confronto direto como primeira ou única via”. Ele reforçou que a nova doutrina de segurança pública do governo baiano tem a “preservação da vida como prioridade máxima”. A notícia é de Alex Rodrigues.









































