A capital do Pará, Belém, sediará a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conhecida como Conferência das Partes ou COP30. O evento ocorrerá oficialmente entre os dias 10 e 21 de novembro, mas a Cúpula de chefes de Estado acontece de 6 a 7 de novembro. A reportagem é de Sayonara Moreno.
A COP30 tem como principal objetivo buscar formas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, documento adotado em 1992 para estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Objetivo central e participação
O foco principal da COP30 será definir as medidas necessárias para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o final deste século, acelerando a implementação de negociações anteriores, como o Acordo de Paris de 2015.
São esperadas cerca de 50 mil pessoas em Belém, incluindo delegados, negociadores, jornalistas e 15 mil representantes de movimentos sociais que participarão dos debates paralelos na Cúpula dos Povos. A cúpula de chefes de Estado, que ocorre antes da programação oficial, contará com a participação confirmada de 143 delegações dos 198 países signatários.
O presidente da COP30, o embaixador André Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, explicou que o processo exige constantes aperfeiçoamentos e deve ser baseado na ciência. “A ideia seria de que cada vez mais nós deveríamos acentuar essa responsabilidade histórica dos países envolvidos e as necessidades cidades dos países em desenvolvimento”, afirmou.
Estrutura e debates
A programação da COP30 será dividida em dois espaços: a zona verde e a zona azul.
Zona Verde: Reunirá a sociedade civil, instituições públicas e privadas, e líderes globais, em debates abertos sobre o clima.
Zona Azul: Será o palco oficial das negociações da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais. A entrada é restrita a delegações oficiais, chefes de Estado e imprensa credenciada. É neste ambiente que serão definidos os rumos das políticas climáticas internacionais.
André Lago destacou que, desde 2021, as COPs têm a “Agenda de Ação”, que inclui a participação de governos subnacionais, setor privado, sociedade civil e academia, mostrando soluções já existentes para os desafios climáticos.
Entretanto, Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, avalia que o processo de tomada de decisão das COPs é “muito lento”, não correspondendo à velocidade necessária para enfrentar a crise climática.









































