O Brasil emitiu 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) ao longo de 2024. O volume representa uma queda de 16,7% nas emissões brutas de gases do efeito estufa (GEE) em comparação com o ano anterior, quando o país emitiu 2,576 GtCO2e.
Essa diminuição é a maior observada nos últimos 16 anos e a segunda mais significativa desde o início da série histórica, em 1990. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3 de novembro de 2025) pela rede Observatório do Clima, na 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, avaliou que o resultado positivo posiciona o Brasil de forma favorável na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começará em 10 de novembro.
Setores e biomas em destaque
A queda nas emissões de gases do efeito estufa foi puxada, principalmente, pelo setor de mudança de uso da terra, que respondeu por 42% das emissões brutas. A pesquisadora Bárbara Zimbres, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), destacou que o setor registrou uma queda de 32% nas emissões brutas no último ano, reflexo do maior controle do desmatamento.
No Brasil, o desmatamento responde por 98% das emissões do setor de uso do solo.
Amazônia registrou uma queda expressiva de 41% nas emissões de GEE.
Cerrado também reduziu a poluição climática em 20%.
Pantanal foi o bioma com a maior queda proporcional ao seu território, com redução de 66%.
No recorte estadual, Rondônia, Pará e Mato Grosso foram os campeões na redução de emissões brutas. Apenas Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram aumento nas emissões.
Enquanto a mudança de uso da terra e a agropecuária (queda de 0,7%) reduziram, os demais setores aumentaram o volume de poluição climática: energia (0,8%), processos industriais (2,8%) e resíduos (3,6%).
Emissões líquidas
Quando consideradas as emissões líquidas, que descontam a captura de carbono por áreas protegidas e florestas secundárias, a redução atinge 22%. O total foi de 1,49 GtCO2e em 2024.
Neste cenário, o setor de uso da terra registra uma queda de 64%, passando a responder por 17% do total das emissões líquidas. A agropecuária, por sua vez, se torna o maior responsável pela poluição líquida, respondendo por 42% do total no último ano.









































