Pois bem, a negligência histórica dos governos para impedir o avanço do crime organizado pode ser debitada a todos os partidos, cujos políticos sempre omitiram a segurança pública como prioridade em suas campanhas. É como se os candidatos fingissem viver num país pacificado, onde o direito constitucional de ir e vir é plenamente garantido.
Por outro lado, é preocupante constatar que, mesmo diante do domínio armado de facções como o Comando Vermelho em diversas regiões do Rio de Janeiro — com tiroteios diários, toque de recolher e execuções sumárias — parte da classe política ainda reluta em reconhecer a gravidade da situação.
Parlamentares que se apresentam como defensores dos direitos humanos, como Benedita da Silva e outros, criticam o governo estadual, condenam operações policiais contra criminosos fortemente armados, silenciam diante da morte de agentes de segurança pública, que arriscam (e perdem) suas vidas para proteger a população, mas não apresentam propostas concretas factíveis para reverter o quadro.
Por mais que os discursos políticos tentem dourar a pílula, a realidade das comunidades dominadas pelo tráfico de drogas no Brasil — especialmente no Rio de Janeiro — escancara uma verdade incômoda: em duas décadas de protagonismo político, o Partido dos Trabalhadores (PT) não conseguiu conter o avanço das facções criminosas, tampouco erradicar a miséria que alimenta esse ciclo de violência.
Durante os anos em que o PT esteve à frente do governo federal, com quatro mandatos presidenciais e forte influência em estados e municípios, a segurança pública jamais ocupou o centro das prioridades nacionais. O tema era tratado como uma atribuição exclusiva dos estados, ignorando que o crime organizado já operava em escala nacional e internacional, com ramificações em fronteiras, portos e aeroportos.
Enquanto isso, o Comando Vermelho se expandia, consolidando seu domínio em favelas, ampliando seu arsenal bélico e sofisticando suas redes de tráfico. A ausência de uma política federal robusta de enfrentamento ao crime organizado — combinando inteligência, repressão qualificada e políticas sociais eficazes — abriu espaço para que essas facções se tornassem verdadeiros “estados paralelos”.
Ao mesmo tempo, a promessa de erradicar a pobreza extrema e promover inclusão social ficou aquém do necessário. Embora programas como o Bolsa Família tenham mitigado a fome em muitos lares, não houve uma transformação estrutural nas comunidades mais vulneráveis. A precariedade da educação, a falta de oportunidades de trabalho digno e a ausência do Estado em áreas periféricas continuaram sendo o terreno fértil para o recrutamento de jovens pelo tráfico.
Não se trata de defender a violência como política de Estado, mas de reconhecer que o enfrentamento ao crime organizado exige mais do que discursos e flores, neste momento em que a bandidagem tomou conta do país.
Quando a polícia é recebida a tiros de fuzil, não há espaço para ingenuidade. O uso proporcional da força, aliado a uma política de inteligência e a investimentos sociais reais, é o único caminho possível para devolver a paz às comunidades, coisa que Benedita da Silva & cia não fizeram.
Com um discurso sofístico de altruísmo, a deputada Benedita da Silva defende, sim, a continuação da bandidagem instalada nas comunidades:
“Quem está falando aqui é alguém que morou no morro por 57 anos da minha vida”, destacou. “Não pode ser natural você ir para um território onde há milhares de pessoas e querer fazer uma operação a céu aberto, colocando as famílias em pânico, as crianças fora da escola. Qual é o resultado dessa megaoperação?”
Os 20 anos de governo petista, na área de segurança, mostram o cenário contraditório do discurso de Benedita & cia: o Comando Vermelho e outras facções estão institucionalizadas no país.
O Brasil precisa romper com a hipocrisia e encarar a segurança pública como um direito fundamental. Não há justiça social possível onde o crime dita as regras. E não há democracia plena onde o Estado se ausenta e permite que facções ocupem seu lugar.









































