A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou, nesta sexta-feira (31), a identificação de 99 mortos durante a Operação Contenção, deflagrada no último dia 28 nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte da capital fluminense. No total, 117 pessoas morreram na ação, sendo que 42 tinham mandados de prisão em aberto e pelo menos 78 possuíam histórico criminal extenso.
Durante entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro (PL) destacou que a operação foi resultado de um trabalho integrado entre forças estaduais e federais de inteligência. “Tendo em vista esses resultados, a gente vê que o trabalho de investigação e inteligência foi adequado, pois eram todos perigosos e com ficha criminal. Pela identificação das origens desses narcoterroristas, reforço a importância da integração com os estados”, afirmou Castro.
Além dos suspeitos mortos, quatro agentes de segurança – dois policiais civis e dois militares – também perderam a vida, e 14 seguem internados. A operação, considerada uma das mais letais da história recente do Rio, vem gerando debate sobre a efetividade das ações de combate ao crime organizado e o uso proporcional da força.
Segundo as autoridades, parte dos mortos não era do Rio de Janeiro. Foram identificados criminosos de oito estados diferentes, entre eles: Pará (13), Amazonas (7), Bahia (6), Ceará (4), Paraíba (1), Goiás (4), Mato Grosso (1) e Espírito Santo (3).
O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que as investigações continuam e que a operação representou um marco para a segurança pública estadual. “Esse foi um trabalho muito expressivo das nossas equipes, que conseguiram, em curto espaço de tempo, periciar todos os corpos, identificar 99 narcoterroristas e levantar os históricos criminais. A investigação prossegue para mostrar quem são esses bandidos”, declarou.
A lista completa dos mortos, divulgada pela corporação, contém nomes de suspeitos com passagens por tráfico, homicídio, roubo e porte ilegal de armas. As autoridades reforçaram que os relatórios finais com os laudos e perícias serão entregues às instâncias competentes para eventual responsabilização criminal e administrativa de envolvidos.
A operação, segundo o governo estadual, visava “restringir o avanço de facções criminosas e restabelecer o controle territorial” em comunidades dominadas pelo tráfico. Ainda assim, entidades de direitos humanos pediram investigação independente sobre o número de mortos, argumentando que o resultado indica possível violação de protocolos de confronto e de proteção civil.
O caso segue repercutindo nacionalmente e reacende o debate sobre o equilíbrio entre repressão e inteligência no enfrentamento ao crime organizado nas grandes cidades brasileiras.
Fonte: Metrópoles.









































