O mundo vive um momento histórico na energia. Pela primeira vez desde o início da era industrial, a produção de energia limpa e renovável ultrapassou o uso do carvão como principal fonte energética, de acordo com dados do think tank global Ember.
O avanço foi impulsionado principalmente pelo crescimento da energia solar e eólica, que juntas atenderam à totalidade da nova demanda global por eletricidade. Esse movimento provocou uma leve redução na geração a partir de carvão e gás natural, marcando um “ponto de virada crucial” para a transição energética.
China e Índia lideram a transição
A China se destaca no cenário global. O país adicionou mais capacidade solar e eólica do que o resto do mundo somado, permitindo reduzir em 2% a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis.
A Índia também registrou crescimento significativo em energia renovável, diminuindo a dependência de carvão e gás natural. O sucesso desses países reflete o investimento crescente em infraestrutura sustentável e a queda nos custos de produção, especialmente da energia solar, cujo preço caiu cerca de 99,9% desde 1975.
Brasil mantém liderança em energia limpa
O Brasil já se destacava mundialmente pelo uso de energia renovável. Em 2023, 93,1% da eletricidade gerada no país veio de fontes limpas, segundo a CCEE. Além da tradicional matriz hidrelétrica, o país investiu em energia eólica, solar e biomassa, com destaque para o bagaço de cana-de-açúcar.
Explosão solar em países de baixa renda
Mais da metade da geração solar mundial agora ocorre em países de baixa renda, onde a queda nos custos e o fácil acesso a painéis solares aceleram a expansão energética.
O Paquistão, por exemplo, importou em 2024 painéis solares capazes de gerar 17 GW, o dobro do ano anterior e cerca de um terço da capacidade total de geração elétrica do país. Na África, as importações de painéis solares cresceram 60% em relação ao ano anterior, com destaque para África do Sul, Nigéria, Argélia, Zâmbia e Botsuana.
China domina tecnologias verdes
No campo tecnológico, a China se consolidou como líder global em produtos sustentáveis. Em agosto de 2025, suas exportações atingiram US$ 20 bilhões, impulsionadas principalmente por veículos elétricos e baterias recarregáveis, que já superam em valor as exportações de painéis solares.
A transição energética global segue em ritmo acelerado, com fontes limpas crescendo em escala inédita, mostrando que o mundo pode atender à demanda de forma sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis.









































