A licença concedida pelo Ibama para a Petrobras iniciar a pesquisa exploratória na Margem Equatorial deve impulsionar um debate mais maduro no Brasil sobre transição energética e combustíveis fósseis. A afirmação foi feita por Ana Toni, diretora-executiva da COP30, nesta sexta-feira, 24 de outubro de 2025.
Ana Toni participou do Encontro com a Imprensa Internacional, no Rio de Janeiro, e defendeu que a licença não afeta a credibilidade da presidência do Brasil na Conferência. Segundo ela, as “contradições que a gente está vivendo no Brasil, todos os outros países estão também vivendo”.
A Margem Equatorial, na Bacia Sedimentar da Foz do Amazonas, é apontada como um novo pré-sal e foi liberada para exploração às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém, em novembro.
Decisão soberana e coerência
Questionada se o Brasil precisaria se defender diante de outros países por incentivar a exploração de recursos fósseis — contrariando a meta global da COP28 de afastar-se de petróleo e gás —, Ana Toni foi direta.
“Eu não acho que o Brasil precisa se defender, para falar bem a verdade. É uma decisão soberana do governo brasileiro”, disse a diretora. “Ao contrário, eu acho que o Brasil está super bem posicionado no quesito de coerência sobre mudança do clima.”
Ana Toni defendeu que o Brasil cumpre suas obrigações no Acordo de Paris e enfrenta seus desafios de forma transparente. Ela espera que na COP30 “todos os países encarem as suas contradições e os seus desafios, de maneira transparente assim como a gente tá fazendo aqui no Brasil”.
O presidente Lula já havia defendido a exploração, argumentando que os recursos obtidos com o petróleo serão usados para financiar a transição energética da Petrobras, transformando-a em uma empresa de energia.
Geopolítica e a COP30
A diretora-executiva confirmou que 163 delegações estão credenciadas para a COP30. Ela comentou que as negociações serão afetadas por um cenário internacional marcado por “guerras militares, guerras comerciais”.
Ana Toni mencionou o impacto da possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mas destacou que o país tem um posicionamento mais forte sobre o clima. O presidente Lula deve reforçar o convite para a participação do presidente dos EUA, Donald Trump, caso se encontrem na Malásia.









































