“Essa situação, além de desconfortável, impacta diretamente nosso desempenho acadêmico. A aparente negligência da administração em relação a este problema é motivo de grande preocupação. Solicitamos, portanto, uma intervenção urgente e a implementação de medidas eficazes para solucionar essa questão.”
Localizado em zona rural às margens da BR-364, o Campus José Ribeiro Filho da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) enfrenta uma persistente infestação de carapanãs. O problema tem afetado diretamente a vida de seus estudantes. A situação se tornou um problema recorrente e, de tão rotineira, parece ter sido normalizada pela instituição.

Alunos expressam preocupação com a falta de resposta da universidade, fundada há mais de 43 anos, a um problema de saúde pública. Um dos estudantes, sob condição de anonimato, revelou como essa situação prejudica seu desempenho acadêmico: “É praticamente impossível se concentrar. A constante presença de mosquitos nos obriga a escolher entre espantá-los ou suportar as picadas enquanto tentamos estudar. Mesmo considerando a localização próxima à floresta, a situação vivida pelos alunos da UNIR em Porto Velho é inaceitável. Além do desconforto, vejo isso como uma clara demonstração de desrespeito”.

A infestação de mosquitos nas salas de aula, tem prejudicado o aprendizado dos alunos. Imagens recebidas pela redação do News Rondônia comprovam a persistência do problema, com relatos de estudantes que precisam escolher entre a concentração nas aulas e a constante luta contra os insetos, que chegam a pousar neles. Em um dos pavilhões, a situação é tão grave que os estudantes levam raquetes elétricas de casa como forma de se protegerem. “É a realidade”, desabafa um aluno. “Na Unir, precisamos nos adaptar às ‘normas’ da casa, pelo menos é isso que percebemos. Parece que a instituição não valoriza o estudante como deveria, tratando-o como algo sem importância”, critica.

Para os estudantes, o problema com pragas na Unir não se resume à sua localização em área florestal. Eles acreditam que a falta de pulverização no campus contribui para agravar o cenário. “Antes, a instituição realizava esse tipo de controle. Hoje, não temos mais informações sobre esse trabalho de combate às pragas,” relata um aluno do curso de Geografia.

A comunidade acadêmica critica a Unir, alegando que, sem a iniciativa dos estudantes, alguns serviços são negligenciados. “A Prefeitura do Campus José Ribeiro Filho parece alheia à realidade que enfrentamos, o que nos obriga a buscar soluções por conta própria,” afirmam.

Os registros revelam que o problema dos mosquitos vai além das salas de aula. Banheiros e lixeiras, tanto nas áreas internas quanto externas, estão infestados dessas pragas. A urgência é tanta que o uso dos banheiros deve ser rápido, para evitar as picadas dos mosquitos, que aproveitam qualquer instante para atacar. “Passem na Unir, entrem e comprovem, pois senão fica parecendo que é mais uma história dos estudantes. Pedimos uma solução rápida, urgente e que isso se torne algo rotineiro”.
A instituição enfrenta problemas recorrentes e negligenciados. Em setembro de 2025, uma descoberta perturbadora alarmou a comunidade do campus: o corpo de um gato em avançado estado de decomposição foi encontrado dentro de uma das caixas d’água que abasteciam os pavilhões. A gravidade da situação levou os alunos a informar imediatamente a prefeitura do campus, que, para sua surpresa, inicialmente se mostrou indiferente.
Diante da falta de ação, os alunos formalizaram uma denúncia, munidos de fotos e vídeos que documentam a insalubridade do local, segundo eles irão levar pessoalmente ao Ministério Público Federal (MPF). Ainda de acordo com os estudantes, na época solicitaram à chefe do setor que documentasse o recebimento da denúncia e entregasse uma cópia assinada, mas ela se recusou, conforme registrado em uma gravação feita pelos alunos.
Após a denúncia, a prefeitura acionou a empresa responsável pelas instalações. O animal foi removido da caixa d’água prontamente, sem que os alunos tomassem conhecimento. A gravidade da situação reside no fato de que, antes da descoberta e remoção, a água contaminada foi utilizada para higiene pessoal nos três pavilhões. A interdição dos pavilhões só ocorreu após a denúncia, sendo que a liberação foi imediata.
Agora o problema recai nas carapanãs. Adicionalmente, os estudantes solicitam providências urgentes com relação à infestação, como a aplicação constante de inseticida no campus. O problema já foi denunciado publicamente, inclusive na mídia, mas a instituição parece ignorar os apelos. Resta a dúvida: negligência ou a certeza da impunidade?






































