O governador do Amapá, Clécio Luís, celebrou nesta segunda-feira, 20 de outubro de 2025, a concessão da licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a Petrobras. A autorização permite a perfuração de poços para pesquisa exploratória no bloco FZA-M-59, localizado na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, que integra a área conhecida como Margem Equatorial.
Em suas redes sociais, o governador classificou a notícia como histórica, um passo essencial “rumo ao conhecimento sobre o potencial energético do Amapá e ao desenvolvimento da Amazônia!”. A área de estudo fica a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá.
Soberania e Desenvolvimento Econômico
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também defendeu a pesquisa na Margem Equatorial, afirmando que ela “representa o futuro da nossa soberania energética”. Em vídeo, ele garantiu que a exploração será feita de forma responsável, seguindo os mais altos padrões ambientais internacionais. Silveira ainda agradeceu publicamente a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
A Margem Equatorial se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e possui reservas potenciais estimadas em até 16 bilhões de barris de petróleo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que a exploração pode elevar o PIB do Amapá em até 61,2% e criar cerca de 54 mil empregos diretos e indiretos na região. O Observatório Nacional da Indústria da CNI calcula que o desenvolvimento da área pode adicionar **R$ 175 bilhões** ao PIB nacional e gerar R$ 11,23 bilhões em arrecadações indiretas.
Posicionamentos Divididos
A decisão do Ibama de licenciar a pesquisa da Petrobras na Margem Equatorial divide setores da sociedade. De um lado, entidades ligadas à produção de petróleo e gás, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), comemoraram, destacando os ganhos econômicos e o desenvolvimento do país.
Do outro lado, ambientalistas, cientistas e organizações da sociedade civil criticaram o aval, alertando para os riscos à biodiversidade e ao clima. Eles prometem recorrer à Justiça para denunciar ilegalidades e falhas técnicas no processo. O grupo também levanta preocupações sobre o impacto da decisão na imagem do Brasil, especialmente antes da COP30, que será realizada em Belém no próximo mês.