O Jiu-Jitsu, mais do que uma modalidade esportiva, vem se consolidando como um poderoso instrumento de inclusão social. A prova disso está no feito inédito conquistado pelo atleta Lucas Eduardo, que se tornou o primeiro faixa-preta com deficiência visual total de Rondônia. A conquista é resultado de anos de dedicação, treinos intensos e superação, sob a orientação do professor Russo Pereira, referência na modalidade na região.
Segundo o colunista e ativista Jailton Delogo, no quadro Momento da Inclusão, da TV Rondônia, Lucas perdeu a visão em 2004, mas não abriu mão de seus sonhos. Em 2011, já como pessoa com deficiência visual, iniciou os treinos de Jiu-Jitsu. Desde então, com disciplina e persistência, participou de competições, enfrentou desafios dentro e fora do tatame e, ainda na faixa marrom, começou a dar aulas, compartilhando conhecimento com outros atletas.
Lucas relata que o esporte foi determinante para enfrentar as dificuldades da vida.
“O Jiu-Jitsu me ajudou a lidar com os obstáculos com mais paciência e força. Aqui aprendi a me superar. Quero dizer a todos que também são capazes. Basta acreditar, encontrar alguém que te leve até a academia e se entregar ao esporte. No tatame, você descobre que seus limites podem ser vencidos com esforço e determinação”, disse emocionado.
Nas redes sociais, Jailton também ressaltou o papel fundamental do professor Russo Pereira, que desde 2009 adapta técnicas e treinos para pessoas com deficiência visual e intelectual. “Minha mãe sempre disse que não existe limitação para o espírito humano. A deficiência pode ser vencida com disciplina e determinação. O tatame não exclui ninguém. Aqui, todos aprendem, evoluem e crescem juntos”, reforçou Russo.
Lucas deixou ainda um convite especial:
“Se você tem qualquer tipo de deficiência, venha conhecer o Jiu-Jitsu. Esse é o esporte mais democrático que existe. Você será acolhido e poderá transformar a sua vida.”
Jailton Delogo destacou a importância do esporte desde a infância: “No tatame, meninos e meninas aprendem respeito, disciplina e companheirismo. Para quem tem deficiência visual, o Jiu-Jitsu é ainda mais especial, pois trabalha equilíbrio, destreza e senso de defesa.”
A academia Pretorium Jiu-Jitsu – Legado Universum, em Ariquemes, onde Lucas treina e agora ensina, é exemplo de inclusão e formação de atletas.