O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assegurou nesta terça-feira (14), em Brasília, que o sistema elétrico brasileiro possui capacidade de geração para atender à demanda do país, afastando o risco de “apagões” por falta de energia. Segundo ele, a interrupção no fornecimento que ocorreu nesta terça-feira foi um evento “pontual e momentâneo” com origem em problemas técnicos de infraestrutura.
Silveira explicou que, tecnicamente, o termo “apagão” se refere à “falta de capacidade de geração”, como ocorreu na crise de 2001, quando a escassez hídrica prejudicou as hidrelétricas e o país precisou racionar energia.
“Não é o caso agora”, garantiu o ministro.
Ele lembrou que, atualmente, o Sistema Interligado Nacional (SIN) permite que a energia gerada em regiões com reservatórios cheios seja distribuída para todo o país. Silveira reforçou que, com o sistema interligado e a contratação de usinas térmicas, “o Brasil não corre nenhum risco energético”.
O ministro reiterou que a falta de energia em vários estados não deve ser chamada de “apagão” sob o ponto de vista técnico, apesar do uso popular do termo.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a ocorrência teve início à 0h32 desta terça-feira, quando um incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, desligou a subestação de 500 kV e interrompeu a interligação entre as regiões. A falha provocou a interrupção de cerca de 10 gigawatts (GW) de carga.
Silveira explicou que a perda de grande porte (10 GW) fez com que o sistema, de forma automática e programada, interrompesse o fornecimento em partes de cada estado para evitar um colapso total. “Foi isso o que aconteceu. Tudo dentro da normalidade do restabelecimento”, complementou, destacando que o problema durou “apenas” cerca de 1h30min.