Roma, 13 de outubro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13), durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação, que os pobres devem ser incluídos nos orçamentos nacionais, transformando essa medida em política de Estado. “Não se trata de assistencialismo”, garantiu.
“É preciso colocar os pobres no orçamento e transformar esse objetivo em política de Estado. Para evitar que avanços fiquem à mercê de crises ou marés políticas. Mesmo líderes de países com orçamentos pequenos podem e precisam fazer essa escolha”, destacou o presidente.
Avanços no Brasil
Lula citou os resultados do país em combate à fome, com base em dados da FAO: “O Brasil saiu novamente do mapa da fome. Trinta milhões de pessoas começaram a almoçar, jantar e tomar café. Em 2024, alcançamos a menor proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar grave da nossa história”.
O presidente ressaltou ainda que o país registrou a menor proporção de domicílios com crianças menores de 5 anos em situação de insegurança alimentar grave desde 2024. “Estamos interrompendo o ciclo de exclusão”, afirmou.
Segurança alimentar e democracia
“Um país soberano é um país capaz de alimentar o seu povo. A fome é inimiga da democracia e do pleno exercício da cidadania. É possível superá-la por meio de ação governamental, mas governos só podem agir se dispuserem de meios”, disse Lula.
Entre as medidas citadas, estão ampliar financiamento ao desenvolvimento, reduzir custos de empréstimos, aperfeiçoar sistemas tributários e aliviar dívidas de países mais pobres. O presidente enfatizou que, além de produzir alimentos, é essencial distribuí-los de forma justa.
Paradoxo regional
Lula alertou que América Latina e Caribe enfrentam o paradoxo de serem celeiros do mundo enquanto convivem com a fome. Já a África, segundo ele, apresenta crescimento econômico ao mesmo tempo em que registra níveis preocupantes de insegurança alimentar.
Encontro com o papa
Mais cedo, Lula encontrou-se com o papa Leão XIV, parabenizando-o pela Exortação Apostólica Dilexi Te e sua mensagem sobre os mais pobres. “Precisamos criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade. O documento é uma referência, que precisa ser lido e praticado por todos”, afirmou o presidente.