Dados sobre Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma grande desigualdade de renda no Brasil. A pesquisa destaca a situação de vulnerabilidade da população indígena e as grandes diferenças entre as regiões do país.
Indígenas e grupos raciais com renda mais baixa
O levantamento aponta que cerca de 41% da população indígena do Brasil vive com uma renda domiciliar per capita mensal de menos de um quarto do salário mínimo. Essa proporção é mais de três vezes superior à média nacional, que foi de 13,3% em 2022.
A desigualdade também é notável entre os grupos de cor ou raça:
A proporção de pessoas com salários baixos foi maior que a média nacional entre as pessoas pretas e pardas.
A proporção foi menor entre as populações brancas e amarelas.
Diferenças regionais e estaduais de renda
A renda domiciliar per capita média no Brasil foi de R$ 1.638 em 2022. No entanto, o Censo identificou uma disparidade regional significativa:
Região – Renda Média Per Capita (2022)
Sul – R$ 2.058 (maior cifra)
Sudeste e Centro-Oeste – Cerca de R$ 1.900
Norte e Nordeste – Cerca de R$ 1.070 (menores cifras)
Em relação à proporção de domicílios com renda per capita de até 1 salário mínimo (a média nacional é de 61%), as regiões Norte e Nordeste se destacam negativamente, com mais de 76% e 79%, respectivamente, dos domicílios com renda inferior a esse patamar. O Sul foi a única região onde a maioria da população tinha renda per capita superior a um salário.
Entre as unidades federativas, a maior renda foi no Distrito Federal (R$ 2.999) e a menor no Maranhão (R$ 900).
Municípios com maiores e menores rendas
O estudo do IBGE listou os dez municípios com as menores rendas per capita domiciliares, dos quais cinco ficam no Maranhão. A menor renda foi registrada em Uiramutã (RR), com apenas R$ 289.
As cidades com as maiores rendas estão concentradas no Sul e Sudeste, com Nova Lima (MG) liderando o ranking com R$ 4.300.
Coeficiente de Gini
O Censo calculou o coeficiente de Gini, principal indicador de desigualdade de renda, que ficou em 0,542 em 2022. O valor, em uma escala de 0 a 1 (onde 0 é igualitário), configura uma alta desigualdade no país. A região Sul foi a única com o indicador abaixo de 0,5.