O mercado de trabalho brasileiro registrou resultados históricos no trimestre encerrado em agosto, segundo dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (30/9). A taxa de desocupação ficou em 5,6%, repetindo o nível mais baixo desde 2012, início da série histórica da pesquisa.
O número de pessoas ocupadas chegou a 102,4 milhões, com aumento de 0,5% em relação ao trimestre encerrado em maio e alta de 1,8% frente ao mesmo período de 2024. O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, alcançou 58,1%, mantendo-se no patamar mais alto da série histórica.
Setores que impulsionam o emprego
O crescimento da ocupação foi puxado principalmente pelo setor privado, que atingiu 52,6 milhões de empregados, incluindo 39,1 milhões com carteira assinada, um recorde histórico. Entre as atividades com destaque estão:
- Administração pública, educação e saúde, com aumento de 323 mil pessoas frente ao trimestre anterior e 760 mil em relação a 2024.
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, alta de 4,4% (mais 333 mil pessoas).
- Transporte, armazenagem e correio, crescimento de 5,5% (mais 311 mil pessoas) na comparação anual.
Já os serviços domésticos apresentaram queda de 3,0% frente ao trimestre anterior e 3,2% em relação a 2024.
Subutilização e informalidade
A taxa composta de subutilização caiu para 14,1%, repetindo o menor índice desde 2012. A população subutilizada totalizou 16 milhões de pessoas, redução de 11,8% na comparação anual. Entre os trabalhadores informais, a conta própria sem CNPJ foi o único grupo com alta, chegando a 19,1 milhões de pessoas, indicando crescimento do trabalho autônomo.
Renda média e massa salarial
O rendimento médio real habitual ficou em R$ 3.488, com aumento de 3,3% frente ao mesmo trimestre de 2024. A massa de rendimento atingiu R$ 352,6 bilhões, crescimento de 5,4% na comparação anual.
Entre as atividades com maior aumento de renda estão:
- Agricultura, pecuária, pesca e aquicultura (+6,6%)
- Construção (+5,1%)
- Administração pública, educação e saúde (+3,7%)
- Serviços domésticos (+5,3%)
Perspectiva
O analista da pesquisa, William Kratochwill, destacou que o mercado de trabalho aquecido está oferecendo melhores condições de emprego, com destaque para carteira assinada e aumento de rendimentos. “A queda na desocupação e o crescimento da ocupação indicam que o país está absorvendo rapidamente a mão de obra disponível”, afirmou.
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitorar a força de trabalho no Brasil, com coleta em 211 mil domicílios distribuídos por todo o país. A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em setembro, será em 31 de outubro.