O Brasil fez história ao conquistar, pela primeira vez, o título mundial de Atletismo Paralímpico. A delegação brasileira encerrou neste domingo (5), em Nova Déli, na Índia, uma campanha histórica com 44 medalhas — sendo 15 de ouro, 20 de prata e nove de bronze —, superando a China, tradicional potência da modalidade.
Todos os 50 esportistas brasileiros que disputaram o campeonato são patrocinados pelo Programa Bolsa Atleta, do Governo do Brasil. O resultado marca a melhor campanha do país em mundiais e consolida o Brasil como nova potência do atletismo paralímpico mundial.
O vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chefe da missão em Déli, Yohansson Nascimento, destacou o avanço do esporte no país.
“Quebramos o recorde de ouros e do total de medalhas em relação aos Jogos de Paris. Esse primeiro ano do ciclo para Los Angeles mostra que o Brasil vem muito forte. Oito atletas estrearam e fizeram excelentes marcas, com recordes mundiais”, afirmou.
Os brasileiros subiram ao pódio todos os dias da competição, que começou em 27 de setembro. Só no último dia, o país conquistou seis medalhas, incluindo três de ouro.
Entre os destaques, a acreana Jerusa Geber brilhou ao conquistar duas medalhas de ouro (100m e 200m T11) e se tornar a brasileira com maior número de pódios em mundiais da modalidade — 13 conquistas, superando Terezinha Guilhermina.
“Estou muito feliz. Consegui o tetra nos 100m e me tornei a atleta com mais medalhas em mundiais. Quero continuar até onde aguentar, buscando o penta e o hexa”, comemorou Jerusa.
O velocista Petrúcio Ferreira, da Paraíba, também fez história ao conquistar o pentacampeonato mundial nos 100m T47, mantendo-se invicto desde 2017. Já Beth Gomes, de Santos (SP), conquistou o tetracampeonato no lançamento de disco F53, reforçando a força da equipe feminina.
No total, os atletas brasileiros representaram 18 estados do país, mostrando a descentralização do esporte paralímpico. O CPB conta com o apoio da Caixa Econômica Federal, das Loterias Caixa e do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, construído com investimento federal e legado dos Jogos Rio 2016.
Atualmente, o Bolsa Atleta patrocina mais de mil esportistas do atletismo paralímpico em diferentes categorias, do nível estudantil ao pódio.
Com o título inédito, o Brasil confirma sua ascensão no cenário mundial e inicia o ciclo rumo aos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028 com perspectivas ainda mais promissoras.