O dia 2 de outubro marca o aniversário da capital de Rondônia. Em 2025, Porto Velho completa 111 anos, carregando uma trajetória feita de lutas, encontros culturais e sonhos que moldaram a Amazônia Ocidental.
Antes de sua fundação oficial, a região era ocupada pelos Karipuna, povo indígena que habitava áreas até a Ponta do Abunã. Guerreiros, entraram em conflito com os construtores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no início do século XX, resistência que ficou registrada na memória da cidade.
Também às margens do Rio Madeira estava o povoado de Santo Antônio, núcleo que deu origem ao espaço urbano de Porto Velho após parte ser inundada com a construção da ferrovia. O fluxo de trabalhadores vindos de várias regiões do Brasil e do mundo transformou o local em um ponto estratégico de economia e logística.
As raízes e a ferrovia
Religiosos tentaram estabelecer missões no século XVIII, como a de Santo Antônio do Salto Grande do Madeira, liderada pelo padre espanhol João Sampaio, destruída em conflito com os Mura, navegadores que também habitavam o Baixo Madeira. Já em 1722, o português Francisco de Melo Palheta fez o primeiro relato oficial sobre a região, descrevendo as cachoeiras de Santo Antônio e Teotônio e nomeando o rio como Rio das Madeiras.
Décadas depois, o apito da Madeira-Mamoré marcaria o nascimento de Porto Velho, atraindo operários, engenheiros e aventureiros que ajudaram a erguer a cidade.

Orgulho amazônico no hino
Mais do que uma data, o aniversário da cidade é um convite para refletir sobre sua identidade. Essa essência está retratada no Hino de Porto Velho, que exalta sua força histórica e riqueza natural:
“No Eldorado uma estrela brilha
Em meio à natureza, imortal:
Porto Velho, cidade e município,
Orgulho da Amazônia ocidental.”
O hino reforça o papel da cidade como cabeça do estado vibrante, forjada pelos pioneiros da Madeira-Mamoré, pela coragem de seus trabalhadores e pela diversidade de seu povo.
“És a cabeça do estado vibrante,
És o instrumento que energia gera
Para a faina dos novos operários,
Os arquitetos de uma nova era.”
111 anos de memórias e futuro
Ao completar 111 anos, Porto Velho reafirma sua importância estratégica na Amazônia e a pluralidade de sua gente. Uma capital marcada pelos povos originários, pelos trilhos da ferrovia e pela mistura cultural que ainda hoje pulsa em suas ruas, rios e matas.
O futuro que se desenha é também continuidade daquilo que já foi cantado em seu hino: “No Eldorado uma gema brilha, em meio à natureza imortal”.
Assim, Porto Velho segue sendo não apenas cidade e município, mas símbolo de resistência, trabalho e orgulho da Amazônia ocidental.