O Governo Federal estabeleceu um plano de ação e orientações para o monitoramento de casos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo. O Ministério da Saúde orienta todas as unidades de saúde, especialmente a rede de urgência e emergência, a seguir o protocolo de notificação para casos suspeitos de intoxicação exógena. A reportagem é de Paula Laboissière, em Brasília.
Em reunião extraordinária do Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido (SAR) do Governo Federal, realizada nesta segunda-feira (29) de setembro de 2025, foi confirmado o décimo caso de intoxicação por metanol associado ao consumo de bebida alcoólica em São Paulo. Até o final do dia, três óbitos haviam sido confirmados. O encontro foi coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Padrão inédito de intoxicação
O Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou que os casos atuais apresentam um padrão inédito e diferente do que era registrado anteriormente. As ocorrências de intoxicação por metanol estavam, majoritariamente, ligadas à população em vulnerabilidade ou em situação de rua, a partir da ingestão de álcool adulterado em postos de gasolina.
No entanto, desde o início de setembro, os pacientes intoxicados têm histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas – como gim, uísque e vodca – consumidas em bares e outros locais sociais.
Diante do cenário, há um alerta para a possibilidade de existirem casos ainda não notificados ou que aguardam confirmação laboratorial. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) irá emitir um alerta aos Procons de todo o país para orientar fornecedores e consumidores sobre a segurança no consumo e comercialização de bebidas. O Ministério da Agricultura e Pecuária também está levantando informações para avaliar ações de fiscalização.
Emergência médica de extrema gravidade
A intoxicação por metanol é classificada como uma emergência médica de extrema gravidade. A ingestão da substância resulta na produção de produtos tóxicos no organismo (como formaldeído e ácido fórmico), podendo levar ao óbito.
Os principais sintomas de intoxicação incluem:
Visão turva ou perda de visão, que pode resultar em cegueira.
Mal-estar generalizado, como náuseas, vômitos e dores abdominais.
Sudorese.
A orientação do governo federal é clara: em caso de identificação dos sintomas, deve-se buscar imediatamente um serviço de emergência médica. A demora no atendimento aumenta a probabilidade de um desfecho grave.
Além do atendimento médico de urgência, é recomendado contatar uma das seguintes instituições para orientação especializada:
Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001.
Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – válido para todo o país.