O professor Nazareno relata em artigo que passou quase três meses fora de Porto Velho, entre julho e setembro deste ano, para evitar os efeitos da fumaça causada pelas queimadas, que em 2024 transformaram a cidade em um verdadeiro “Armagedon” ambiental. A surpresa, segundo ele, foi constatar que em 2025 a capital não registrou dias de céu encoberto pela fuligem.
“Parece que gastei dinheiro à toa”, ironiza, ao citar que acompanhou de São Paulo, Curitiba, Santos e até da Argentina a situação em Rondônia. Segundo ele, interlocutores o alertaram que, pela primeira vez, os céus da capital estavam limpos.
Nazareno questiona se a mudança é fruto de consciência ecológica ou se há outros fatores. “Quem será o responsável ou os responsáveis por este avanço pouco esperado nesta currutela fedida e imunda? Léo Moraes já disse que foi ele. Mas é óbvio que não foi”, provoca, ao criticar o prefeito por não enfrentar problemas como o saneamento básico, lembrando que Porto Velho ocupa as últimas posições em rankings nacionais.
O professor compara a realidade da capital rondoniense com Maringá (PR), considerada a melhor cidade do Brasil para se viver, destacando o contraste em termos de urbanismo, arborização e qualidade de vida.
De forma irônica, aponta ainda para os parlamentares e vereadores locais, a quem atribui pouca preocupação com o meio ambiente. Ele ressalta que até as chuvas adiantadas em setembro colaboraram para reduzir a fumaça.
Apesar da ausência da poluição atmosférica, Nazareno lembra que os problemas da cidade persistem: a precariedade do Hospital João Paulo II, a falta de mobilidade urbana e a violência. “Céu azul cansa!”, conclui, em tom sarcástico.