O Éter, conhecido também como Quinto Elemento ou Quintessência (quinta essentia), possui um papel central na cosmologia esotérica e nas antigas tradições filosófico-religiosas. Diferentemente dos quatro elementos tradicionais (Terra, Água, Fogo e Ar), o Éter é concebido como o princípio sutil, invisível e eterno que interliga e permeia todos os outros. Os gregos, por exemplo, o denominavam aithér, o ar puro e luminoso reservado aos deuses no Olimpo.
Simbolismo na Alquimia e Religião
No hermetismo e na alquimia, o Éter corresponde à Quinta Essência, uma substância incorruptível e espiritual. Ele é a unificação das quatro naturezas elementares, sendo, em sua forma mais elevada, identificado com a pedra filosofal. Para os alquimistas, a extração dessa Quintessência visava capturar a energia mais pura, capaz de promover a regeneração do corpo e da alma.
A simbologia religiosa reforça a função mediadora do Éter. No Egito, era associado ao deus Amon; na Índia, a Shiva (consciência cósmica); e na tradição nórdica, ao Ginnungagap, o vazio primordial. Na astrologia, ele é ligado ao planeta Júpiter ou à esfera das “estrelas fixas”.
Éter e Akasha: O Princípio Vibracional
Na tradição hindu, o Éter é equivalente ao Akasha, que é o espaço primordial, vibrante e detentor da memória cósmica. O Akasha é o primeiro dos cinco Mahabhutas (grandes elementos) nos textos védicos e está intrinsecamente associado ao som e à vibração, considerados princípios da criação universal. Esta perspectiva se harmoniza com o esoterismo ocidental, que compreende o Éter como um campo sutil que possibilita a transmissão de energias e pensamentos.
O Éter nas Práticas Espirituais
Nas sociedades secretas, como a Golden Dawn e a Maçonaria, o Éter é um elemento espiritual oculto, invocado em rituais de Alta Magia para a conexão com planos superiores de consciência. Na Magia Cerimonial, a Quintessência é simbolizada por velas brancas, incensos de olíbano e pentagramas, visando a harmonia entre os elementos e a Centelha Divina.
Em práticas espirituais contemporâneas, o Éter é visto como o campo sutil universal associado à expansão da consciência. Técnicas como a visualização do espaço infinito em meditação e o uso do pranayama (exercícios respiratórios do Yoga) buscam alinhar a energia vital do indivíduo com essa matriz vibracional que o conecta ao Todo. O som, seja por mantras ou sinos tibetanos, é considerado a manifestação mais pura do Éter, usado para alinhar corpo, mente e espírito. Como sintetizado na analogia hermética: “se tudo é Éter, logo somos todos Éter”, representando a alma presente em tudo.