Um relatório recente da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reforça a necessidade de melhorar a qualidade das refeições servidas em escolas ao redor do mundo. O documento “Educação e nutrição: aprender a comer bem”, divulgado em setembro, aponta que, apesar de quase metade das crianças ter acesso à alimentação escolar, a atenção ao valor nutricional ainda é insuficiente.
O relatório defende que as refeições escolares devem ser equilibradas e preparadas com produtos frescos, acompanhadas de ações de educação alimentar. A pesquisa revela que programas de alimentação de qualidade podem aumentar as matrículas em até 9% e a frequência escolar em 8%, além de impulsionar o desempenho pedagógico.
Recomendações e exemplos positivos
O estudo destaca a relação entre a falta de monitoramento nutricional e o aumento da obesidade infantil. Segundo Lorena Carvalho, oficial de projetos da Unesco no Brasil, a solução envolve priorizar alimentos in natura e valorizar a agricultura familiar e a cultura local.
A publicação elogia iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Brasil, que restringiu o uso de ultraprocessados. Lorena ressalta a importância de mais fiscalização para que a legislação seja cumprida. Outros exemplos positivos incluem programas na China e Nigéria, que resultaram em maior ingestão de nutrientes e aumento das matrículas escolares, respectivamente.
Para os próximos passos, a Unesco defende que os governos priorizem alimentos frescos, reduzam os ultraprocessados e incorporem a educação alimentar nos currículos escolares. A organização planeja lançar ferramentas e programas de formação para gestores e educadores ainda em 2025.