A NASA anunciou nesta semana a descoberta de indícios de vida em Marte, considerada a evidência mais próxima já encontrada até hoje de que o Planeta Vermelho pode ter sido habitável. O rover Perseverance identificou os minerais vivianita e greigita em amostras de perfuração realizadas em Neretva Vallis, um antigo canal fluvial que desembocava na Cratera Jezero.
Esses minerais são conhecidos na Terra por estarem diretamente ligados à ação de micróbios. A descoberta ganhou destaque por meio da chamada “mancha de leopardo”, um padrão característico observado nas amostras analisadas.
Bioassinatura inédita
“Esta descoberta da Perseverance é o mais próximo que já chegamos da descoberta de vida em Marte. A identificação de uma potencial bioassinatura no Planeta Vermelho é inovadora e avançará nossa compreensão”, afirmou Sean Duffy, administrador interino da NASA.
Segundo a Sociedade Mineralógica da América, a greigita é formada por bactérias magnetotáticas e redutoras de sulfato em ambientes como lagos ou fontes hidrotermais. Já a vivianita é encontrada em fósseis, conchas e até em reações químicas resultantes da decomposição de corpos humanos em contato com ferro.
Na Terra, essas substâncias estão ligadas a processos metabólicos fundamentais, como a via da acetil-COA, importante para a origem e manutenção da vida.
O que significa a descoberta
As amostras de Marte apresentaram um anel de vivianita penetrado por núcleos enriquecidos de greigita, padrão semelhante ao que se observa em sedimentos biologicamente vivos no planeta Terra.
Embora a NASA ressalte que a descoberta não prova a existência de micróbios em Marte, a evidência é considerada uma das mais fortes já registradas. “Com uma bioassinatura tão clara encontrada em seis anos de exploração, é possível que novas amostras ou futuras missões revelem mais sinais semelhantes”, destacou a agência.
Um Marte habitável no passado
Os minerais foram encontrados em camadas de sedimentos depositados em um período em que Marte era úmido, condição essencial para a existência de vida. Isso fortalece a hipótese de que o planeta já tenha abrigado microrganismos em seu passado.
A Perseverance segue sua missão, e a expectativa é que novas coletas tragam mais pistas sobre a habitabilidade marciana, além de preparar terreno para futuras missões tripuladas ao planeta.