A 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) encerra seus trabalhos nesta sexta-feira, 19 de setembro de 2025, em Brasília. O evento reúne cerca de 2 mil pessoas, incluindo 1,7 mil delegados eleitos em etapas municipais e estaduais. O objetivo é apresentar ao governo federal um documento final com diretrizes e recomendações para políticas públicas de igualdade, democracia, reparação e justiça racial.
Durante a plenária de quinta-feira, manifestações de grupos sociais marcaram o evento. Representantes de comunidades de terreiro de matriz africana, como a ribeirinha Mãe Gilce de Oyá, e capoeiristas, como o professor João Moreira, conhecido como Mestre Pelé, pediram respeito à cultura e à valorização de suas práticas. A militante Luana Evanderlina, de Duque de Caxias, lamentou que a “maldade é proporcional ao tom de pele”, enquanto a jovem estudante Martha Lúcia Briola de Souza expressou seu medo de que o filho sofra discriminação por sua cor.
Reivindicações de grupos sociais
Além dos delegados, a conferência ouviu as vozes de diversos grupos. As ciganas Marisa e Nardi Casanova Calim, de Curitiba, lamentaram a invisibilidade e a discriminação que enfrentam, reforçando a luta por seus direitos básicos. A trabalhadora doméstica Eliane de Lima, de Campina Grande, cobrou o cumprimento da Lei Complementar nº 150/2015, que iguala seus direitos aos de outros trabalhadores.
A professora indígena Mick Aimirim Poti, de Caruaru, ressaltou a importância de incluir os povos indígenas no Estatuto de Igualdade Racial para ampliar o acesso a políticas públicas. O ativista Vinny Obaluaê, de Salvador, destacou a luta pela representatividade de pessoas negras, LGBTQIAPN+ e de religiões de matriz africana em espaços de poder. A assistente social Thaísa Bento Ferreira levou sua filha de 6 meses para a conferência, simbolizando a luta por um futuro digno para as próximas gerações.