O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) criou o Comitê da Pesca Amadora e Esportiva, um novo órgão que tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável do setor. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 15 de setembro de 2025. A iniciativa busca expandir a prática com inclusão social e respeito aos povos e territórios tradicionais. O Comitê atuará no âmbito do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (Conape) para formular políticas públicas.
Segundo a Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE), o segmento movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano no Brasil e gera cerca de 200 mil empregos. A secretária-executiva do Conape, Adriana Toledo, explicou que a decisão surgiu da necessidade de organizar e fortalecer um setor com grande potencial econômico ainda pouco explorado no país.
Impacto e representatividade do novo órgão
Com aproximadamente 7 milhões de praticantes, a pesca esportiva é um dos esportes mais praticados no país. O presidente do Comitê, Régis Portari, que também é secretário-executivo da CBPE, afirmou que o órgão auxiliará o Ministério da Pesca e Aquicultura em ações para consolidar o esporte, trazer eventos e distribuir renda.
A diretora de Promoção da Igualdade da CBPE, Hellen Pontieri, destacou que a criação do Comitê é essencial para dar mais representatividade ao setor. Ela ressaltou a importância de ações que promovam a conservação dos recursos naturais e a inclusão de grupos, como as mulheres, que têm crescido na atividade. Hellen citou o evento “Anzol Rosa”, o maior encontro feminino do segmento na América Latina.
Cenário da pesca no Brasil
A pesca amadora e esportiva, definida por lei como uma atividade não comercial, exige que o peixe seja devolvido à natureza, no conceito de “pesque e solte”. Apenas no ano passado, foram emitidos mais de 330 mil novos registros de pescadores esportivos no país. Os estados de São Paulo e Minas Gerais lideram em número de licenças.
O Brasil, com 8,5 mil quilômetros de litoral e 35 mil quilômetros de vias navegáveis internas, tem na pesca esportiva uma importante fonte de renda para o turismo, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. O engenheiro civil Zenizir Rodrigues, que se mudou para Manaus por causa da pesca, ressaltou a diferença entre a pesca amadora e profissional, destacando que a primeira exige mais técnica e busca a conservação da natureza.