Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sugere que a fadiga em acidente aéreo pode ter sido um fator determinante na queda do avião da Voepass/Passaredo, em 9 de agosto de 2024. O acidente resultou na morte de 58 passageiros e quatro tripulantes. Segundo o documento, as escalas de trabalho da tripulação não respeitavam o tempo de descanso necessário.
O relatório do MTE concluiu que a empresa havia reduzido o tempo de repouso dos funcionários. Essa prática, segundo o estudo, pode ter afetado a concentração e o tempo de reação dos profissionais, contribuindo para o acidente com o voo 2283.
Irregularidades e punições
A auditoria também descobriu que a Voepass não controlava de forma efetiva a jornada de trabalho, desrespeitando a Lei dos Aeronautas e a Convenção Coletiva de Trabalho. Por conta das irregularidades, o MTE aplicou dez autos de infração, que somam cerca de R$ 730 mil em multas. A empresa também foi notificada por não recolher mais de R$ 1 milhão em FGTS.
Desde março deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já havia suspendido as operações da Voepass e, em junho, cassou a sua certificação operacional. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial em abril de 2025. Procurada pela reportagem para comentar o caso, a Voepass não se manifestou.