Dois estudos, produzidos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Observatório do Clima, foram lançados na última terça-feira, 16 de setembro, no Rio de Janeiro. Os documentos defendem que a descarbonização da Petrobras é um caminho vital para que a maior empresa do país deixe a dependência de combustíveis fósseis e lidere a transição energética no Brasil.
Segundo os pesquisadores, a Petrobras e o Brasil correm o risco de serem atingidos pela “bolha de carbono”, caso a demanda global por petróleo caia. Eles ressaltam que a dependência da receita do petróleo expõe o país a choques econômicos devido à volatilidade e ao caráter finito do recurso.
Propostas para a transição
Os estudos propõem um conjunto de medidas para que a Petrobras realize sua transformação. Entre as sugestões estão o aumento dos investimentos em pesquisa de biocombustíveis e hidrogênio de baixo carbono, além de retomar a atuação em distribuição de energia para o consumidor final.
Os pesquisadores também sugerem que a empresa realoque recursos de refinarias para ampliar o uso de novos combustíveis e que congele a expansão da extração de combustíveis fósseis em novas fronteiras, como a Foz do Amazonas.
O que diz a Petrobras
Em nota, a Petrobras se posicionou sobre os estudos e afirmou que elevou seus investimentos em transição energética. A empresa informou que US$ 16,3 bilhões foram destinados a projetos de baixo carbono no plano de negócios 2025-2029, o que representa um crescimento de 42% em relação ao plano anterior.
A estatal detalhou que os investimentos em baixo carbono incluem US$ 5,7 bilhões para energias eólica e solar, hidrogênio e captura de carbono. Além disso, a Petrobras informou que destinará US$ 1,3 bilhão nos próximos cinco anos para um Fundo de Descarbonização, focado em identificar e implementar oportunidades de mitigação de gases do efeito estufa.