A 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) acontece em Brasília com o objetivo de debater e revisar políticas públicas. O encontro, com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, conta com a participação de 1,7 mil delegados eleitos em etapas municipais e estaduais.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que a Conapir retornou como um espaço para a coletividade e a luta social. O secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), Clédisson Júnior, afirmou que o retorno das consultas populares é fundamental para a reconstrução e união do país.
Debates e propostas
Entre os temas debatidos estão o enfrentamento ao racismo, o combate à violência contra jovens negros e a titulação de terras quilombolas. A conferência também discute a atualização da lei de cotas, o racismo climático e a adesão de estados e municípios ao Sinapir.
Ao final do encontro, que se estende até a próxima sexta-feira, 19 de setembro, um documento oficial será elaborado. Ele irá consolidar as propostas aprovadas pelos participantes para a atualização do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Planapir), que orienta as políticas do governo federal na área.
A voz dos delegados
Delegados de todo o país trouxeram suas experiências e demandas. A candomblecista Iyá Márcia de Ogum, de Salvador, defende a liberdade de expressão de culto para os povos de religiões de matriz africana. Ela destaca a busca por uma cultura de paz e respeito para que “o povo preto possa viver”.
O delegado Petrúcio Cruz, de Caruaru, defende que a conferência legitime propostas de políticas de reparação para os descendentes de africanos. Ele ressalta a importância de fortalecer a identidade afro-brasileira e o cumprimento da Lei 10.639/2003, que inclui a história e cultura afro-brasileira no currículo escolar.