O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou, no último sábado (13/09), nova fiscalização em unidades de saúde de Porto Velho, avaliando o impacto direto na vida de pacientes e profissionais. A ação integra as Fiscalizações Permanentes na Saúde, que têm como objetivo induzir melhorias no atendimento público.
As unidades fiscalizadas foram: UPA Leste, SAMU, Hospital José Adelino da Silva e Policlínica Ana Adelaide. A equipe do TCE observou avanços significativos, como equipamentos funcionando, insumos disponíveis e melhorias estruturais. No entanto, também foram identificadas falhas que exigem solução urgente para garantir dignidade a quem depende do sistema.
UPA Leste: atendimento regular
Na UPA da Zona Leste, não foram encontradas irregularidades. Escalas completas, exames funcionando e insumos abastecidos garantem o atendimento adequado. O equipamento de raio-X, anteriormente ausente, está instalado e em operação.
Pacientes como Rosa Maria Alves e Valdomiro Cuppi elogiaram o atendimento. A técnica de enfermagem Maria Monteiro destacou a importância da fiscalização:
“A presença do Tribunal traz segurança e ajuda a identificar o que está faltando.”
A odontologia segue sendo atendida em estrutura complementar, sem prejuízo à população.
SAMU: frota reforçada, mas profissionais sobrecarregados
A auditoria constatou equipes completas e seis ambulâncias, incluindo uma Unidade de Suporte Avançado (USA). O fornecimento de insumos críticos está regularizado.
Ainda assim, a sobrecarga dos profissionais persiste, causada pelo acionamento frequente para remoções de pacientes não graves, prática que compromete a agilidade nos atendimentos de urgência.
Policlínica José Adelino: falta de insumos e segurança
Apesar de avanços em equipamentos e medicamentos, a unidade apresenta falhas estruturais e operacionais. O almoxarifado está desorganizado, e o empréstimo de ambulância própria para outra unidade prejudica o transporte de pacientes.
Outros problemas incluem fragilidade na segurança patrimonial e ausência de agentes de endemias em finais de semana e à noite.
Policlínica Ana Adelaide: espera prolongada por transferência
A fiscalização constatou raio-X restabelecido e insumos regulares, mas identificou problemas graves: ar-condicionado inoperante, torneiras quebradas, chuveiro improvisado, e falta de cadeiras de rodas e macas.
Pacientes aguardam transferência por dias, como o caso de um paciente esperando quatro dias por vaga no Hospital João Paulo II, sobrecarregando a unidade e colocando vidas em risco.
Fiscalizar para induzir melhorias
O TCE-RO reforça que a fiscalização vai além de identificar problemas: é ouvir pacientes, profissionais e observar de perto o impacto da gestão pública.
Segundo Marcus Cézar Filho, secretário-geral de Controle Externo do Tribunal:
“As fiscalizações trouxeram benefícios reais, como aquisição de equipamentos digitais de raio-X, aumento de profissionais de saúde, realização de exames antes indisponíveis e fornecimento regular de medicamentos.”
O próximo passo será consolidar os achados em relatórios técnicos com recomendações, garantindo acompanhamento contínuo para que os avanços cheguem aos cidadãos.
Mais que números, a presença do Tribunal nas unidades de saúde reforça o compromisso com a vida e a dignidade dos rondonienses.