O Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) realizou, na noite desta sexta-feira (12/9), fiscalizações em unidades de saúde de Ariquemes e Ji-Paraná. As visitas confirmaram avanços importantes, mas também revelaram desafios de gestão e estrutura que afetam diretamente o atendimento à população e as condições de trabalho dos profissionais.
Mais do que números e relatórios, a ação buscou ouvir pacientes, médicos e servidores, reforçando o papel pedagógico e transformador do Tribunal.
“A presença da fiscalização é muito importante para a melhora da saúde como um todo”, destacou a médica Janaína Martinelli.
Achados em Ariquemes
No Hospital Municipal, os auditores encontraram escala médica completa, laboratórios modernos e pronto-socorro abastecido. Pacientes elogiaram a qualidade do atendimento.
“O atendimento aqui é excelente”, disse o servidor público Edilson da Silva Oliveira, ressaltando a importância da atuação do TCE.
Apesar dos avanços, foram identificados problemas como infiltrações, iluminação precária, ausência de segurança patrimonial e falta de fornecimento institucional de água potável. Também houve registros de falta de insumos e de um almoxarifado estruturado.
Na UPA de Ariquemes, os pontos positivos foram a limpeza e os insumos em dia. Porém, a infraestrutura precária, a climatização insuficiente e a sobrecarga da equipe médica nos dias de maior demanda continuam preocupando.
“Temos uma demanda grande e, às vezes, falta mão de obra. A contribuição do TCE é buscar exatamente essas melhorias”, afirmou o médico Aguinaldo Louzada.
Achados em Ji-Paraná
Na UPA, a equipe de fiscalização constatou plantões organizados e limpeza adequada, mas também a falta de medicamentos básicos, como dipirona em gotas, e equipamentos obsoletos, como o raio-X de baixa potência.
Pacientes relataram demora de até duas horas para receber medicação e falta de informações claras sobre classificação de risco.
“Essa fiscalização é uma melhoria para a população, para que as pessoas se sintam mais seguras”, disse a acompanhante Cleide Lopes Barbieri.
No Hospital Municipal Claudionor Roriz, foram registrados avanços como farmácia abastecida, laboratórios modernos e presença de todos os médicos de plantão. No entanto, a fiscalização apontou sobrecarga de serviços, demora no atendimento e falta de registro atualizado de manutenção em alguns equipamentos.
Fiscalização como transformação
Para o TCE-RO, a fiscalização vai além do apontamento de falhas: é um instrumento de transformação social.
“O objetivo é que, após os problemas identificados, o Tribunal consiga induzir melhorias na saúde dos municípios”, ressaltou o secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho.
Os relatórios detalhados com recomendações serão enviados às gestões municipais, com o compromisso de que as soluções sejam implementadas para impactar positivamente a vida dos cidadãos.