O Brasil se destaca no relatório Education at a Glance (EaG) 2025 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) por ter a maior proporção de alunos por professor no ensino superior privado. O documento, divulgado em 9 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro, revela que a média brasileira é de 62 estudantes por docente, o que supera em mais de três vezes a média da OCDE, que é de 18 alunos por professor.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) atribui a superlotação das turmas privadas às matrículas em educação a distância (EaD), modalidade que concentra a maioria dos novos alunos em instituições privadas. No Brasil, o ensino superior tem 9,9 milhões de estudantes, dos quais 79,3% estão em faculdades privadas.
Cenário oposto no ensino público
No setor público, a situação é inversa. A média brasileira é de 10 alunos por professor, número inferior à média da OCDE, que é de 15. A coordenadora de Estatística Internacional Comparada do Inep, Christyne Carvalho, acredita que a regulamentação do EaD ajudará a reverter esse cenário. O novo marco regulatório da educação a distância, por exemplo, impede que cursos de bacharelado, licenciatura e tecnologia sejam 100% à distância.
O relatório também levantou a questão do envelhecimento dos professores no Brasil e em outros países. Entre 2013 e 2023, o número de docentes com 50 anos ou mais aumentou 23% no ensino superior brasileiro, chegando a 33,8% do total, um indicativo de que a carreira docente não atrai profissionais mais jovens.