O sorriso firme de Eliane Guatel reflete uma trajetória de coragem, fé e transformação. Mãe atípica de uma adolescente autista e esposa atípica, ela encontrou no empreendedorismo não apenas uma fonte de renda, mas também uma forma de se reencontrar com a vida e vencer a depressão.
Hoje, além de empreendedora, Eliane é estudante de Gestão Pública e Taquigrafia e cofundadora da Rede de Mães Atípicas de Rondônia, iniciativa que fortalece mulheres e cria oportunidades de geração de renda.
Segundo Eliane, a maternidade atípica trouxe novas perspectivas. “Ela me trouxe reflexões sobre a vida, sobre dificuldades e superações diárias. Me tornei uma mulher mais valente, que não abre mão dos seus direitos e acredita no poder da esperança”, afirmou.
Da dor à superação
Em 2020, durante a pandemia, Eliane enfrentou momentos delicados. O isolamento, o medo de perder familiares e um assalto à mão armada desencadearam depressão profunda. “Cheguei a pensar em tirar minha vida, colocando em risco também a da minha filha. Mas naquele momento senti que Deus me deu uma nova chance”, relatou emocionada.
O empreendedorismo surgiu como ponto de virada. Em 2021, com o apoio do marido, começou a vender camisetas, encontrando na atividade uma forma de resgatar autoestima e propósito. “Empreender me salvou. Hoje posso dizer que empreender é viver”, destacou.
A força do empreendedorismo
Para Eliane, feiras como a Feira da Mulher do Norte, promovida pela Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres (CPPM/SGOV), são essenciais para dar visibilidade às mulheres empreendedoras. Muitas mães atípicas precisam abrir mão de carreiras formais, encontrando no empreendedorismo uma forma de gerar renda e cuidar da própria saúde emocional.
“O empreendedorismo resgata a confiança, valoriza a mulher, dá propósito e esperança. É uma terapia coletiva, porque nessas feiras a gente se encontra, compartilha histórias e percebe que não está sozinha”, reforçou.
Com acompanhamento terapêutico, medicação e força encontrada no empreendedorismo, Eliane superou a depressão. Ela destaca a importância do diálogo sobre saúde mental, especialmente durante o Setembro Amarelo: “É um mês de incentivo e alerta. Com nossas histórias de superação, podemos alcançar pessoas que acham que não vão conseguir sair da dor. Mas é possível, sim”.