O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, pela manutenção da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O voto de Moraes, relator do caso, é o primeiro do julgamento da suposta trama golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Moraes rejeitou os argumentos das defesas dos outros sete réus de que Cid teria mudado suas versões dos fatos. Ele classificou as alegações como próximas à “litigância de má-fé”, explicando que os diversos depoimentos do delator tratavam de fatos distintos, e não de versões diferentes.
Julgamento avança
O ministro também ressaltou que uma eventual omissão do delator não seria suficiente para anular a colaboração premiada, podendo, no máximo, reduzir os benefícios. As defesas haviam solicitado a nulidade da delação na semana passada, acusando Cid de ser “mentiroso” e “irresponsável”.
O julgamento da trama golpista foi retomado com a fase de votação, que deve ser concluída até 12 de setembro. Além de Moraes, votarão os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Os réus, que incluem Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Anderson Torres e Walter Braga Netto, respondem por crimes como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado.