A Nestlé anunciou a demissão de seu CEO global, Laurent Freixe, após uma investigação interna confirmar que ele mantinha um relacionamento com uma funcionária que estava sob sua supervisão direta. A conduta é uma violação do Código de Ética da companhia, que proíbe relações entre superiores e subordinados para evitar favorecimentos e garantir a governança.
A suspeita sobre o relacionamento surgiu em maio, por meio de canais internos de denúncia. Uma primeira investigação não encontrou evidências, mas novos relatos levaram a uma segunda apuração, conduzida pelo presidente do conselho da Nestlé, Paul Bulcke. Foi nessa etapa que o relacionamento foi confirmado, levando à decisão “difícil, mas necessária”, segundo a empresa.
Detalhes sobre os envolvidos e a trajetória de Freixe
Embora a Nestlé não tenha revelado a identidade da funcionária, o portal suíço Inside Paradeplatz informou que ela trabalhava na área de marketing e teria sido promovida a vice-presidente de marketing para as Américas. A suposta promoção é um dos pontos que mais levantou críticas sobre o caso.
O ex-CEO Laurent Freixe, de 62 anos, construiu toda sua carreira na Nestlé, onde entrou em 1986. Ele passou por diversas posições de liderança em vários países e, em 2024, assumiu o comando global da empresa. Seu substituto será Philipp Navratil, que está na companhia desde 2001 e era membro do conselho executivo desde janeiro de 2025.
O que a legislação brasileira diz sobre relacionamentos no trabalho?
O caso de Freixe também levantou um debate sobre as regras para relacionamentos corporativos no Brasil. A legislação brasileira, como a CLT, não proíbe o namoro entre funcionários, mas advogados como Cristina Pena e Ronaldo Ferreira Tolentino afirmam que as empresas podem criar códigos de conduta para evitar conflitos de interesse, como no caso da Nestlé.
Segundo os especialistas, embora proibir relacionamentos seja inconstitucional, as empresas podem estabelecer regras sobre a conduta dos funcionários para não prejudicar a produtividade.