Movimentos e partidos de esquerda, como o PT e o PSOL, realizaram manifestações neste domingo (7) em diversas capitais do país, em resposta aos atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A mobilização fez parte da 31ª edição do Grito dos Excluídos e teve como pautas a defesa da soberania, da democracia e a oposição à anistia para os envolvidos nos atos golpistas.
Em São Paulo, o ato na Praça da República reuniu cerca de 8,8 mil pessoas, de acordo com estimativas do Cebrap e da USP. Os manifestantes, em sua maioria, vestiam a cor vermelha, mas também exibiram a bandeira nacional e um boneco inflável de Bolsonaro com roupa de presidiário. A manifestação em Goiânia levantou pautas como a taxação de super-ricos e a isenção de Imposto de Renda. Já em Belo Horizonte, o ato criticou a privatização de empresas estatais.
Discussão sobre anistia e julgamento de Bolsonaro
A mobilização da esquerda acontece em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus no Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado. Em paralelo, a Câmara dos Deputados discute a possibilidade de aprovar uma anistia para os condenados por crimes contra a democracia. O Partido Liberal (PL) e o Centrão defendem a medida, enquanto o governo Lula se opõe.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro para pautar um projeto de anistia. As discussões incluem o alcance da medida, se valeria apenas para os condenados do 8 de janeiro ou se também incluiria o próprio ex-presidente e seus aliados.