A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pediu o fim do uso de combustíveis fósseis e do desmatamento em um evento em Adis Abeba, na Etiópia. A ministra participou do encerramento do Balanço Ético Global, uma iniciativa do Brasil e das Nações Unidas (ONU) para a COP30, que acontecerá em novembro em Belém. A ministra ressaltou a necessidade de atacar as causas da mudança climática, mas de forma justa e planejada, levando em conta as dificuldades de cada país.
Segundo Marina Silva, o principal desafio é apoiar as nações que não possuem condições econômicas para abandonar o uso de combustíveis fósseis por conta própria. Ela também apontou que a luta contra a crise climática enfrenta a oposição de grupos “poderosos”, com grande influência e recursos financeiros.
Adversários do clima e financiamento
O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é um dos exemplos citados pela ministra de um poder político que se opõe à transição energética. Em seu mandato, Trump saiu do Acordo de Paris, uma medida que já havia sido adotada em seu primeiro governo. Além disso, ele autorizou a exploração de petróleo sem limites e desmantelou políticas para a transição energética, em um cenário em que as grandes empresas de tecnologia também demonstraram apoio a suas políticas.
O Brasil espera que na COP30, em Belém, sejam definidas metas claras para alcançar o desmatamento zero até 2030, além de estabelecer os mecanismos financeiros necessários para auxiliar os países em desenvolvimento. Na COP29, no Azerbaijão, foi definido que os países desenvolvidos devem fornecer pelo menos US$ 300 bilhões por ano aos países em desenvolvimento até 2035, um valor que pode chegar a US$ 1,3 trilhão anualmente.