O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, para parabenizá-la pelo envio do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para votação no Parlamento Europeu. A conversa durou cerca de 20 minutos e reforçou a expectativa brasileira de assinar o acordo no final do ano, durante a Cúpula de Líderes no Brasil. A presidência atual do Mercosul é do Brasil.
Em nota oficial, o Palácio do Planalto destacou que ambos os líderes concordaram sobre a importância estratégica da parceria, especialmente em um cenário de incertezas no comércio internacional. O futuro acordo promete criar um mercado de mais de 700 milhões de pessoas e movimentar 26% do PIB global. A negociação, que se estendeu por cerca de 25 anos, agora enfrenta a fase final de aprovação, que exige votação no Parlamento Europeu e apoio da maioria qualificada dos governos da UE.
O texto do acordo já causa divisões na Europa. A França, principal crítica, considera-o “inaceitável”, alegando falta de garantias ambientais na produção agrícola. Lula, por sua vez, rebate a crítica, apontando o protecionismo francês em relação a seus próprios interesses agrícolas. Agricultores europeus também protestaram, temendo a importação de produtos sul-americanos, especialmente carne bovina, que supostamente não seguiriam os padrões de segurança da UE.
Em defesa do acordo, países como Alemanha e Espanha argumentam que ele é uma forma de compensar as tarifas impostas pelos Estados Unidos e de reduzir a dependência da China em relação a minerais essenciais. O acordo também é visto como uma oportunidade para a Europa exportar mais carros, máquinas e produtos químicos para o Mercosul, além de aumentar o acesso e reduzir as tarifas para produtos agrícolas europeus, como queijos, presuntos e vinhos.