A Região Norte do Brasil enfrenta um grave problema de saneamento básico, com impacto direto na saúde da população. Dados do Painel Saneamento Brasil de 2023 mostram que apenas 60,9% dos habitantes têm acesso à água potável, e a coleta de esgoto atinge somente 22,8% dos moradores. A situação se agrava com o baixo índice de tratamento de esgoto, que é de apenas 22,9% do total gerado. Além disso, a região perde quase 50% da água potável em vazamentos no sistema de distribuição.
As consequências desse cenário se refletem em números preocupantes. Um estudo do Instituto Trata Brasil indica que, em 2024, mais de 35 mil pessoas foram internadas por doenças relacionadas à falta de saneamento. Desse total, mais de 12 mil pacientes eram crianças de 0 a 4 anos, a faixa etária mais vulnerável.
Investimento necessário está abaixo da meta
Para alcançar a universalização do saneamento básico até 2033, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) aponta a necessidade de um investimento de R$ 223,82 por habitante. No entanto, o valor atualmente investido na Região Norte é de apenas R$ 66,52 por pessoa, o que corresponde a menos de 30% do montante necessário.
Essa defasagem no investimento dificulta o avanço nos indicadores de cobertura e tratamento, impactando diretamente a qualidade de vida e a saúde dos moradores da região.