O governador do Tocantins, Wanderley Barbosa, foi afastado do cargo por um período de seis meses, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O político é alvo de uma investigação que apura fraudes em contratos de compra de cestas básicas durante a pandemia de covid-19. O afastamento foi divulgado no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou a segunda fase da Operação Fames-19.
Em nota, o governador Wanderley Barbosa classificou a decisão como “precipitada” e reforçou que, na época dos fatos investigados, ele exercia o cargo de vice-governador e não era responsável por nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas. A investigação, que tramita em sigilo no STJ, aponta que foram pagos mais de R$ 97 milhões em contratos, com um prejuízo estimado de R$ 73 milhões aos cofres públicos.
Continuidade da Operação Fames-19
A segunda fase da Operação Fames-19 conta com a participação de mais de 200 policiais federais, que cumprem 51 mandados de busca e apreensão. O objetivo é aprofundar as investigações sobre o desvio de recursos públicos e o possível recebimento de vantagens indevidas por agentes públicos e políticos.
As investigações da PF já reuniram indícios de que os investigados se aproveitaram do estado de emergência para fraudar contratos. O suposto dinheiro desviado teria sido usado na construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.