O terceiro dia de estágio para jornalistas e assessores de imprensa no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) ficará na memória dos 31 profissionais da comunicação. Entre instruções práticas, simulações e muita adrenalina, cada momento trouxe novos desafios, ampliando não apenas o conhecimento técnico, mas também a percepção da realidade vivida por militares em operação.

Logo pela manhã, o grupo foi recebido na Área de Instrução Coronel Ururahy (AICUr) pelo capitão Dos Anjos. O treinamento abordou perícia e investigação criminal, com demonstrações sobre diferentes armas, munições e os métodos utilizados para identificar impressões digitais, calibres e outros vestígios em cena.
Os disparos de pistola 9mm, fuzil 556 e fuzil 762 impressionaram pela força dos impactos em um bloco de sabão que simulava o corpo humano. O ponto alto foi a apresentação da Barrett M107A1, capaz de neutralizar helicópteros e veículos blindados.

Vivência em ambiente cenográfico
De lá, os estagiários seguiram para o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças do Rio de Janeiro. Em uma comunidade cenográfica, com construções que reproduzem o ambiente de favelas cariocas, um dos jornalistas foi escolhido para participar de uma simulação realista, enquanto os demais acompanhavam atentos.
“É bem diferente do que você imagina, mesmo sabendo que isso acontece todos os dias. Então foi uma baita experiência”, relatou Gabriel Costa, repórter do grupo RBS.
Segurança em operações e a voz da experiência
No local, os profissionais receberam orientações sobre termos e procedimentos em operações acompanhadas pela imprensa, sempre com foco na integridade do grupo. O coronel Soliva reforçou a importância desse preparo:
O almoço também foi uma experiência. A refeição foi composta pela famosa Ração Operacional, alimento utilizado em missões. O capitão Mayron explicou cada item e sua função, mostrando como até a alimentação está ligada à estratégia.
Helicóptero, blindado e o desafio da favela cenográfica
A tarde reservou fortes emoções: os grupos embarcaram no helicóptero Jaguar do Exército, simulando o deslocamento para uma missão. Do desembarque aéreo, seguiram no blindado Guarani até a favela cenográfica, onde iniciaram uma operação em terreno íngreme. O objetivo era chegar ao topo, e todos conseguiram.
Na volta, uma simulação de negociação trouxe ainda mais intensidade ao exercício. O instrutor Lucas Basto de Souza encerrou com uma análise do cenário vivido, destacando pontos de atenção e lições práticas que os estagiários levarão para a vida.
O estágio do CCOPAB tem se mostrado mais do que um treinamento: é uma imersão na realidade de quem atua na linha de frente em situações de risco. Para jornalistas, a experiência é uma oportunidade rara de compreender como se proteger, respeitar protocolos e, ao mesmo tempo, transmitir com fidelidade os fatos.
A cada dia, fica evidente o preparo e a dedicação do Exército Brasileiro em formar profissionais altamente capacitados, mantendo viva a missão de proteger a nação e também apoiar aqueles que contam suas histórias.