A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro argumentou no Supremo Tribunal Federal (STF) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenta condenar seu cliente pela “tentativa da tentativa” de golpe. O advogado Paulo Cunha Bueno alegou que não há nenhuma prova de que Bolsonaro tenha praticado atos de violência ou grave ameaça para consumar uma ruptura institucional. Ele destacou que os crimes contra o Estado Democrático de Direito exigem esses elementos, e que a mera cogitação de um golpe não se enquadra na legislação.
Segundo a defesa, o legislador não criminalizou os atos meramente preparatórios, e as atitudes de Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022, como a nomeação antecipada de comandantes militares, demonstram uma transição regular de governo. O advogado Celso Vilardi também reforçou o argumento, focando na falta de provas que incriminem o ex-presidente.
Continuidade do julgamento no STF
O julgamento da Primeira Turma do STF continua nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, analisando a suposta trama golpista. O grupo, que compõe o núcleo crucial da denúncia, inclui Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto, cujos advogados apresentaram suas defesas na sessão de hoje.
A sessão foi retomada depois do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter afirmado que estava provado que Bolsonaro liderou a tentativa de golpe de Estado. O julgamento deve seguir nos próximos dias 9, 10 e 12 de setembro, quando os ministros farão suas votações, e a sentença final deverá ser conhecida.